Com vitória do Flamengo no jogo 1.000, 1.000 problemas que o NBB insiste em não resolver
No momento em que escrevo este post, vejo pela primeira vez a partida entre Flamengo e Brasília, que deveria comemora a milésima peleja do NBB. Deveria, porque já li, ouvi e vi lances bizarros do que aconteceu ontem no ginásio do Tijuca, no Rio de Janeiro. O resultado final, 102-88 para o rubro-negro, acabou sendo um detalhe para uma festa bizarra, uma festa com 1.000 problemas e nenhuma perspectiva de solução no curto prazo.
O eterno problema com o cronômetro dos 24s deu as caras, faltou luz (e mesmo assim o jogo seguiu – !!!!!!!), foram cobrados 74 lances-livres (é sério!), oito jogadores foram desqualificados (todos no último período, quando a arbitragem, como sempre, deu um show particular – um show de horrores, claro) e houve discussões sem fim entre atletas e até técnicos. Com isso tudo, evidentemente é impossível falar sobre a parte técnica de uma partida que, só lembrando, deveria ser histórica.
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O chato, o chatíssimo, é que se fosse a primeira vez que a gente visse isso, beleza. Mas não, não é um caso inédito. Flamengo e Brasília são os dois maiores protagonistas da história do NBB, mas ao mesmo tempo são os dois maiores "criadores de casos" nestes cinco anos de competição. No NBB1, Baby e Márcio Cipriano (ou foi Lucas? Não me lembro mais…) quase saíram na mão em uma partida que teria TV Aberta. Um ano depois, a final não foi realizada na capital federal porque, no jogo 4, houve agressão aos jogadores rubro-negros. Ano passado, no mesmo ginásio do Tijuca que ontem viu cenas lamentáveis, piso escorregadio e um espetáculo bizarro – ou de circo, como queiram.
Ou seja: em cinco anos de competição, um punhado de situações tão bobas, simples, elementares, básicas que deveriam ser resolvidas, vistas, direcionadas e/ou punidas e nada acontece. Se o NBB é a Liga dos clubes, que eles solucionem problemas tão fáceis quanto uma bandeja. Se os clubes são formados por atletas, que eles, atletas, exijam condições mínimas de trabalho (jogar sem cronômetro ou sem luz? Só pode ser brincadeira, né!) e que se coloquem na condição de protagonistas do espetáculo, de agentes de mudança de um tempo que o basquete brasileiro quer, mas não consegue colocar pra trás (se for possível pedir para evitar as confusões em quadra, melhor ainda). Não vou nem entrar no mérito da arbitragem aqui, porque acho este um caso sem solução (e creio ser um dos poucos que fala sobre a "marra" e a falta de qualidade que estes caras apitam o jogo).
Não dá pra dizer que a partida de ontem no Tijuca é uma síntese do NBB porque seria um pouco injusto com tudo o que a Liga Nacional tem tentado fazer para arrumar o cenário de terra arrasada que encontrou por aqui, mas é muito lamentável que problemas tão elementares não sejam sanados rapidamente (embora, claro, há os que queiram dourar a pílular e dizer que está tudo ótimo, que está tudo bem, quando, evidentemente, sabemos que está bem longe disso – dentro e fora de quadra). Haverá punição pelo que foi visto ontem por milhares de pessoas na televisão, ou vão passar a mão na cabeça e repetir o chavão "estamos no caminho certo"?
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