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Bala na Cesta

Como o Knicks é ao mesmo tempo um dos piores e mais valioso time da NBA

Fábio Balassiano

25/11/2019 06h02

A noite de ontem marcou o primeiro clássico nova-iorquino da temporada no Madison Square Garden. Com o ginásio apinhado, como de hábito, o New York Knicks sucumbiu ao Brooklyn Nets, que venceu por agônicos 103-101 para "zerar" a campanha em 8-8 e deixar o rival com o medíocre retrospecto de 4 vitórias em 17 partidas, o segundo pior de toda NBA (na frente apenas do Golden State, o lanterna com 3-14).

Já são seis temporadas seguidas longe dos playoffs, as seis com campanhas com mais derrotas do que vitórias aliás, uma única série vencida desde a temporada 1999/2000 (foi em 2013) e uma crise que desafia a paixão de torcedores como Spike Lee. O fato é: ninguém aguenta mais a draga em que está metida o New York Knicks, que no campeonato passado despachou Kristaps Porzingis, o letão que era ídolo local, para abrir espaço na tentativa de contratar dois craques no mercado de junho mas que saiu do mercado de mãos abanando (como eu disse que que deveria acontecer aliás).

O bizarro disso tudo é que mesmo com quase duas décadas de crise, de mais derrotas que vitórias, de micos colossais sob a gestão do alucinado dono James Dolan, que tem banido sem o menor pudor quem critica a equipe publicamente (ele fez isso inclusive com Charles Oakley, um dos maiores ídolos recentes da equipe), e com a debandada de ídolos para outras praças a franquia se mantém como a de maior valor de toda NBA. Sim, é isso mesmo.

De acordo com a Forbes, que faz esse levantamento anualmente, a franquia Knicks tem o valor de incríveis US$ 4 bilhões, pouco a mais que o Los Angeles Lakers, o segundo colocado na lista com valor de US$ 3,7bi. Logo atrás está o Golden State Warriors, com US$ 3,5bi, o Chicago Bulls (US$ 2,9bi) e o Boston Celtics fechando o Top-5 com US$ 2,8bi. A de menor valor é o Memphis Grizzlies, cuja estimativa está em torno de US$ 660 milhões. Para vocês terem uma ideia, a turma da Big Apple é a segunda mais valiosa de todos os esportes americanos, perdendo apenas para o Dallas Cowboys, da NFL, cujo valor está estimado em US$ 5 bilhões.

Alguns fatores explicam isso: o tamanho do mercado (Nova Iorque), o fato de mesmo em crise o Knicks vender invariavelmente muitos ingressos (nesta temporada a taxa de ocupação do Garden é de incríveis 97,7%), a marca ainda muito forte, o acordo com a TV local (a MSG Networks) recentemente fechado em US$ 100 milhões, o segundo maior da NBA atual (perde apenas pro Lakers), e o tíquete-médio (valor gasto dentro do ginásio) de quem vai ao Madison Square Garden para as partidas é disparado o maior de toda liga em relação a bares e a compra de itens nas lojas oficiais do time.

Perder nunca é bom, mas pelo visto pro New York Knicks de seu dono maluco-beleza, o excêntrico James Dolan, não há tanto impacto para o negócio.

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