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Bala na Cesta

Wlamir Marques questiona sua ausência no Hall da Fama da FIBA: "Por que não?"

Fábio Balassiano

31/03/2019 13h41

Nesta semana a Federação Internacional indicou a turma de 2019 de seu Hall da Fama (Janeth entre eles). E aí Wlamir Marques, bicampeão mundial (1959 e 1963), 2X medalhista olímpico (1960 e 1964) e uma das maiores lendas do nosso basquete, escreveu no seu Facebook:

 

"POR QUE NÃO? Pode parecer falta de modéstia eu me interessar sobre esse assunto: mas por que até hoje ainda não tive meu nome indicado para o Hall da Fama da FIBA? Afinal, o que está faltando? Títulos? Passado de glórias, ou quem indica? Por que a CBB não assume? Ora, a FIBA a toda hora me coloca como símbolo de conquistas. Está tudo ali registrado, basta ir no site e ver, não tenho que provar nada, não fui eu quem escreveu sobre as minhas participações. Foram quase 20 anos jogando sobre a égide da FIBA. Creio não ser um reles desconhecido. Atualmente vejo nomes de atletas indicados sem méritos, sem nobres passados, sem os 4 mundias que disputei e as 4 Olimpíadas, fora os Pan-Americanos e Sul-Americanos. Sou bicampeão mundial (59/63), duas vezes vice (54/70), sou medalhista olímpico em (60/64) etc. e etc. Sou o atleta mais laureado do basquete brasileiro, tudo está aí na praça, não preciso mentir, isto é um fato. A bem da verdade, ser indicado ou não jamais será tão importante, pois quem tem um nome ligado a um ginásio de esportes maravilhoso como eu tenho por si só já me basta, jamais haverá honraria maior.
Apenas curiosidade meus amigos e amigas: afinal, por que não? Bjs e abs, WM", destacou Wlamir.

Depois, em contato comigo, Wlamir complementou:

"O motivo de eu ter escrito esse texto é porque a cada ano que a FIBA decide premiar seus atletas ao redor dos tempos. Muitas pessoas se dirigem a mim querendo saber porque não sou indicado. Confesso que não sei o que responder, não cabe a mim esse tipo de resposta, isso é coisa dos homens que dirigem a entidade. Uma coisa eu tenho a certeza, ser indicado ou não, em nada modificará a minha vida e a minha história esportiva, não vivo do passado. Desde os tempos do Carlos Nunes, a pedido dele, enviei à CBB todo o meu currículo, havendo promessas de que o pedido seria encaminhado à FIBA. Pura perda de tempo, não houve interesse da CBB, o assunto morreu no meio de tantas trapalhadas que você conhece muito bem. Juro que não morro de amores por essa honraria, não me apego mais ao passado, minha vida é o presente onde estou tentando refazer a minha saúde e a minha vontade de viver mais um pouco. Repito, o motivo do texto é para dizer aos meus amigos que eu não possuo uma resposta. Ali apenas utilizei uma única expressão: Por que não?", finalizou o Diabo Louro.

Deste canto, faço o mesmo coro: por que não? A Wlamir não há um "ai" para se dizer sobre sua entrada no Hall da Fama da FIBA (e também no de Springfield, nos EUA, diga-se de passagem). Sem menosprezar ninguém que entrou na turma de 2019 (muito menos Janeth, cuja honraria é mais que merecida) e muito menos quem veio antes, fechar o olho para um craque como Wlamir Marques é um erro grosseiro da Federação Internacional.

Espero que seja corrigido o quanto antes.

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