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Bala na Cesta

Depois do turno, a constatação: LBF melhorou muito

Fábio Balassiano

29/01/2014 13h45

lbf1Quando acabou a edição passada da Liga de Basquete Feminino fiz um levantamento extenso (relembre aqui) a respeito dos números da modalidade das meninas nos últimos 15 anos (deu um trabalho monstruoso, vocês devem imaginar). A constatação foi clara: o nível apresentado na temporada passada não foi "só" ruim. Em números, foi simplesmente o pior campeonato nacional já realizado no país (em termos técnicos), com estatísticas alarmantes e futuro sombrio para os anos seguintes.

O bom é constatar, quase um ano depois, que houve, no principal campeonato feminino, uma saudável correção de rota. A LBF tem dois patrocinadores (a comparação com o NBB, mais maduro como produto porém sem nenhum há quase duas temporadas, é inevitável), seu primeiro Jogo das Estrelas já confirmado (8 de março, em São José), três times fortes (Sport-PE, Americana e Maranhão), dois razoáveis (São José e Santo André) e dois que investem bastante em jovens atletas (Rio Claro e Ourinhos), além, claro, de Brasília, cujos comentários já foram todos feitos aqui neste espaço (relembre aqui). Está longe de ser um primor de campeonato, mas que melhorou, melhorou.

hayesEm quadra o cenário também é mais apresentável. Com caixa para investir, Maranhão (Briann January, titular do Indiana Fever), Americana (Paola Ferrari) e Sport-PE (Tiffany Hayes, titular e peça fundamental do Atlanta Dream, que fez a final da WNBA passada – foto à esquerda) trouxeram estrangeiras bem valiosas, concorridas no mercado internacional, aumentando o nível técnico interno. Não é coincidência que os 3 sejam os líderes da competição até o momento, seguidos de perto por São José, cujo trabalho é consistente e sério há anos.

Na média geral (e faço questão de tirar Brasília disso, pois é um time quase amador), são quase 70 pontos/jogo, crescimento de 5% em relação ao campeonato passado e melhor índice desde o Nacional da CBB de 2006 (tentei fazer o percentual de bolas de 3 e de 2, mas o site encontra-se fora do ar nesta seção). A média de assistências subiu, a de erros caiu e os jogos ficam menos feios, menos focados nos desperdícios de bola e mais nos acertos das meninas.

Não deixa de ser um alento, uma alegria, um fio de esperança para que o basquete feminino saia do buraco. Que os dirigentes da LBF e as meninas da modalidade não encarem a (pequena mas já sentida) evolução como um fim, mas sim como um ponto de partida para quem sabe um novo momento do esporte no país.

Este pode ser um texto otimista demais, mas o nível dos jogos está mesmo bem melhor que os da temporada passada. Que as meninas e os treinadores mantenham o pé no acelerados do desenvolvimento até o final do campeonato. É o que todos esperamos, certo?

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