Liga Nacional de Basquete fala sobre baixo número de torcedores nos ginásios do NBB
Fábio Balassiano
28/11/2019 11h20
Há 15 dias escrevi aqui sobre um problema crônico do NBB: a falta de público nos ginásios. Aconteceu com o Flamengo, que no dia 12 de novembro jogou para 112 pagantes (nesta semana se repetiu, atuando para menos de 300 presentes, um escárnio), mas não é um problema exclusivo do rubro-negro, não.
A atual temporada do campeonato organizado pela Liga Nacional de Basquete tem média inferior a 1.500 pessoas por partida, além de taxa de ocupação de menos de 50% dos ginásios, e por isso fui ouvir Sérgio Domenici, CEO da LNB a respeito disso. Ele respondeu com um texto elencando pontos de trabalho da liga e clubes.
"O problema de público em locais de competição é sintomático no Brasil, seja qual for a modalidade, o futebol inclusive. Ocorre que o esporte tem que ser visto como entretenimento e competir com todos os segmentos que são opção ao torcedor. Para isso você tem que informar bem o jogo, horários, como chegar e como comprar o ingresso. A arena deve ter estacionamento e oferecer um conforto adequado ao torcedor. Na quadra, sabemos que não basta mais o jogo somente, ele tem que estar travestido de outras atrações que enriqueçam o espetáculo. Essencialmente é isto. Infelizmente os ginásios brasileiros ainda oferecem aos torcedores a mesma experiência de 50 anos atrás. Esta é uma realidade dura para nós e nossos clubes pagam um preço alto por isso.
A boa notícia vem do tema Arenas, uma vez que já temos alguns estudos em andamento para construção e gestão de locais. Em relação às atrações e entretenimento os clubes do NBB têm avançado neste quesito. Minas, Paulistano, Unifacisa, Pato Branco e Mogi, só para citar alguns, são excelentes exemplos e nossa média de público, embora de maneira acanhada, vem crescendo com o passar dos anos. Todavia todos sabem que este trabalho é incessante e ainda há muito por fazer.
O tema (público nos ginásios) é recorrente nas discussões do Conselho de Administração da LNB no intuito de que os clubes invistam em ações para trazer o torcedor para o ginásio. Temos todo o levantamento de público nos ginásios ao longo dos anos, por fase e ainda a taxa de ocupação dos ginásios que também é uma métrica importante. Uma ação que já tem gerado resultado foi a criação do Super Oito, competição que ao final do primeiro turno dará uma vaga na nova Champions League. O modelo de pontos corridos na fase de classificação, via de regra, não é muito atrativo para o público e o Super Oito cria uma expectativa a mais para os torcedores entre o turno e o returno.
Finalizando, atualmente estamos em contato com uma empresa de Consultoria que elaborou o nosso planejamento estratégico e consta também do escopo do trabalho o fortalecimento da gestão dos Clubes o que também impactará no trabalho de captação de público".
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