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Envolvida em polêmica de uniforme argentino, Karina fez carreira no Brasil

Fábio Balassiano

09/08/2019 06h00

O fato esportivo da semana sem dúvida alguma veio de Lima, no Peru, onde a seleção argentina foi eliminada do Pan após uma confusão insólita envolvendo engano com uniformes. As hermanas levaram o famoso W.O., perderam da Colômbia e ficaram de fora das semifinais do Pan-Americano. Um nome muito conhecido do Brasil acabou sendo responsabilizada pela situação, pedindo demissão de seu cargo na noite de ontem inclusive.

Karina Valeria Rodrigues, ou simplesmente Karina, de 47 anos, foi jogadora, e das excepcionais, no Brasil na década de 80 e é considerada até hoje a melhor atleta de todos os tempos do basquete argentino. Atualmente exercia o cargo de Diretora de Desenvolvimento na Confederação de Basquete da Argentina, mas ontem mesmo apresentou sua carta de demissão ao presidente da Confederação local (não aceita pela entidade posteriormente, diga-se de passagem), como escreveu no Twitter:

Trazida pro basquete do país no final da década de 80 por Maria Helena Cardoso após brilhar em um Sul-Americano juvenil, a argentina Karina se deu muito bem por aqui através de um jogo que misturava uma técnica impressionate a uma explosão física pouco vista por esses lados. Estabeleceu um longo domínio nos garrafões brasileiros, percorrendo as grandes equipes da época (BCN/Piracicaba, Ponte Preta, Lacta/Santo André, entre outros).

"Comecei as 13 anos no esporte Clube Crovara. Tentei vários esportes e o que mais gostei foi o basquete. Já era alta, o que deixava as coisas mais simples. Foi um começo normal. Tive meu primeiro contato com o basquete brasileiro quando fui a garota que segurava a placa da Unimep no Torneio Sul-Americano de Clubes. Esse time tinha a Paula, a Vânia Texeira, a Vânia Hernandes, a Maria Helena de técnica. O mundo é pequeno!

No Sul-Americano de Cadetes, a Argentina foi campeã, superando uma fortíssima equipe brasileira. Pela primeira vez na história ganhamos do Brasil e fomos campeãs. Nesses torneios, joguei muita bola e aí começou minha história com o basquete brasileiro. Maria Helena Cardoso brincou comigo e falou que algum dia seria minha treinadora. A Paula me deu a camisa dela como souvenir. Logo após os sul-americanos, Maria Helena me fez um convite para jogar nas categorias de base da Unimep Piracicapa. Quando cheguei, a equipe principal foi desmontada e assim as garotinhas Karina e Janeth também jogavam na equipe principal", relembrou ao blog Estrangeiras do Basquete em 2003.

Na sua estadia por aqui manifestou desejo de se naturalizar e defender a seleção brasileira. Investiu muito nesse sonho, que não se realizou, em função de Karina ter atuado pela seleção juvenil argentina. Conquistou inúmeros Paulistas, Nacionais e foi quatro vezes campeã mundial Interclubes.

"Amei este país desde o primeiro dia, e o mais lógico seria querer ser parte dele. Quem se naturalizou foi a mulher e não a jogadora, isso tem que ficar sempre claro. A gente não pode escolher onde nascer, mas pode escolher onde quer viver e ser feliz. Trabalhei muito para isso e além disso tive o apoio de grandes amigos. Acredito que tudo tem um motivo e graças a Deus, nunca sofri nehum tipo de preconceito", disse.

Depois de sua carreira como jogadora a vida de Karina literalmente saiu dos trilhos. Dona de uma ONG no interior de São Paulo, ela foi acusada de fraudes e desvio de verbas em licitações públicas (relembre aqui , aqui e aqui). Ela foi vereadora em Jaguariúna, interior de São Paulo, em 2008.

Longe do país há de um ano, ela aceitou o cargo na Confederação Argentina como uma chance de recomeçar a sua vida. Aparentemente, porém, seu novo desafio chegou ao final nesta semana com a insólita eliminação platense no Pan-Americano de Lima.

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