Mais um capítulo na bizarra temporada do Los Angeles Lakers foi assinado há instantes. O autor? Magic Johnson, que acaba de pedir demissão do cargo de gerente-geral da franquia. Ele convocou às pressas uma entrevista coletiva no Staples Center, ginásio do time, e anunciou que estava saindo do cargo minutos antes do 82º e último duelo da equipe na temporada. A surpresa de todos foi gigantesca.

Os Lakers já estão eliminados dos playoffs, Magic Johnson alegou que precisa de mais liberdade em sua vida (usou a expressão "sou um pássaro livre") para tocar todos os seus projetos e se envolver mais com a comunidade, mas o mais bizarro do seu pedido de demissão desta terça-feira é que na própria coletiva o eterno camisa 32 angelino avisou a todos os jornalistas que Jeannie Buss não sabia que ele estava de partida.

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Ah, só pra constar. Jeannie é / era a chefe de Magic e uma das donas da franquia Lakers. "Só isso". A dona do time soube da saída de seu funcionário pela imprensa. Uma bagunça sem tamanho, vão me desculpar, e um dos episódios mais constrangedores da história da franquia, que trouxe um dos maiores ídolos da história do time e que o vê saindo pedindo demissão em público, pra imprensa, sem avisar antes à proprietária da equipe. LOUCURA TOTAL!

Pra ser justo e fazendo uma análise mais fria apenas sobre o trabalho como gerente-geral, no dia 07 de março eu escrevi aqui que Magic fez um trabalho terrível nessa temporada pelo Lakers. Errou em quase tudo o que fez – de contratações ao "xaveco" mal sucedido em Anthony Davis, do Pelicans. Eu sinceramente só não esperava que ele fosse pedir pra sair agora. Acreditava que ele estava se preparando para, neste verão americano, trazer mais estrelas pro time e ajudar LeBron James a guiar a franquia a novos tempos de vitórias, sua promessa desde que assumiu o cargo dois anos atrás.

A imprensa americana especula que o motivo da saída de Magic Johnson tenha menos a ver com uma agenda pessoal e mais com Luke Walton, o técnico com quem Magic não conversava havia mais de dois meses. Magic queria mandá-lo embora, mas Jeannie, a dona, vale lembrar sempre, bateu o pé e informou ao agora ex gerente-geral que Walton continuaria como treinador na próxima temporada. Na coletiva Johnson tentou colocar panos quentes dizendo que "ama Jeannie como uma irmã" e que "por ser uma decisão muito difícil não teve coragem de falar com ela cara a cara".

Pelo sim ou pelo não, de Walton não podemos falar ainda, embora o Woj, o jornalista da ESPN que tem as melhores fontes na NBA, tenha acabado de informar que a comissão técnica inteira do Lakers esperava ser demitida nesta quarta-feira pela manhã, horas depois do último jogo do time na temporada regular. Com essa mudança de rota no topo da organização ninguém mais sabe de nada neste sentido – ou em qualquer sentido ali dentro.

A realidade, agora, é que o Lakers vai ver os playoffs de novo pela televisão (fora do mata-mata desde 2013, uma vergonha!) e que precisará correr para colocar um novo gerente-geral rápido. O novo manda-chuva de basquete terá que se organizar para o Draft de junho e sobretudo para o mercado de agentes-livres onde a equipe precisará demonstrar força para conseguir ao menos uma nova estrela.

Com o pandemônio que está instalado na franquia Lakers, eu só desejo sorte e aspirinas para dores de cabeça para quem assumirá um cargo de tamanha pressão em uma organização totalmente atrasada, desfuncional e com brigas internas entre os donos (Jeannie e Jim Buss, os irmãos que controlam o barco, não se bicam). Quem se habilita?