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Splitter sobre aposentadoria aos 33 anos: 'Queira continuar jogando, mas o corpo não respondia mais'

Fábio Balassiano

02/03/2018 06h33

Primeiro brasileiro campeão da NBA, Tiago Splitter se aposentou recentemente e deu entrevista exclusiva e longa ao blog. O papo completo em áudio está aqui. Abaixo os principais trechos em texto. O ex-jogador de 33 anos fala sobre o começo de sua carreira, de sua passagem pelo Baskonia (Espanha), San Antonio Spurs (NBA) e seleção brasileira. Papo imperdível.

BALA NA CESTA: Como foram esses últimos dias até o momento em que resolveu anunciar a aposentadoria?
TIAGO SPLITTER: Na verdade, eu fui decidindo aos poucos. Desde o momento que minha lesão foi diagnosticada, os médicos me avisaram que seria difícil o tratamento. Eu ainda fui muito teimoso e positivo, falava que ia jogar, ia treinar. Então, nos últimos dois anos eu venho pensando neste momento. Foi um pouco mais fácil para mim neste aspecto do que ter que parar repentinamente. Fui assimilando devagar.

BNC: Eu li uma reportagem sua depois de um jogo contra os Knicks no final da temporada passada que você jogou por volta de 20 minutos. Você disse que e ainda queria continuar, mas o corpo não acompanhava. Foi neste momento que sentiu que era o momento de parar?
TIAGO: Eu joguei aquele jogo pelo Philadelphia 76ers, todo mundo da equipe tinha certo medo de me colocar em quadra. O staff sabia que eu tinha uma prótese, era segredo, eles não queriam arriscar me deixando por muito tempo no jogo. Foi o último jogo da temporada, então até o meu agente ligou para o pessoal do time e pediu para que eu jogasse, dizendo que se eu me machucasse o problema era meu. Com isso eu joguei os vinte e poucos minutos, fui até bem, fiz um jogo bom. Para mim ali não tinha acabado, eu ia ficar umas duas semanas de férias e depois já voltaria a treinar. Só que quando eu voltei a treinar forte e firme para a próxima temporada meu outro quadril começou a doer. Eu compensava com o outro lado. Os médicos disseram que isso iria acontecer, então eu pensei bem. Fazer outra cirurgia, ficar mais um ano e meio parado? Pensei… Eu ia perder velocidade, mobilidade e está vindo uma gurizada que corre demais. Eu ia estar com duas próteses.

BNC: Quão duro é para um atleta parar de jogar quando o corpo não aguenta mais? Tim Duncan jogou até 40 anos, mas você meio que o corpo pediu…
TIAGO: Isso é normal, o Tim Duncan vai lá e brinca às vezes mas não joga mais em um nível profissional. Se ele pudesse, eu não tenho dúvidas que ele iria continuar, pode ter certeza. Um atleta enquanto puder jogar, ele vai jogar. É a decisão mais difícil de um atleta. Não é onde eu vou jogar, com quem eu vou jogar. Quando parar, é, e 90% dos meus amigos e companheiros de time pararam porque o corpo não aguentava mais. Queria continuar, mas o corpo já não aguentava mais.

 

BNC: Voltando ao início da sua carreira. Como você recebeu o convite para ir para o Baskonia aos 15 anos? Como um garoto de 15 anos recebe um convite para sair de casa e qual foi a reação dos seus país?
TIAGO: Quando recebi o convite na verdade eu tinha 14 anos. Fui jogar um torneio sul-americano no Chile, eu lembro ainda que o Murilo (Becker) era a estrela do nosso time. Tinha um scout da Espanha olhando os jogos, eles foram atrás de vários atletas, acredito que fizeram testes com outros garotos para ver o que melhor se encaixava para o perfil da equipe. Voltei para Blumenau e continuei minha rotina de treino, um dia estava lá no clube e vem um jogador do adulto, o Gustavo, que era armador, me falar de um time que estava atrás de mim. No momento eu não botei muita fé, até parecia uma brincadeira de mau gosto. Passaram uns dias, eles me ligaram dizendo que queriam que eu fosse para lá para fazer uns testes, e eu fui com o meu pai e minha mãe. Eu mudei quando começaram às aulas, foi em Setembro de 2000, já tinha 15 anos.

BNC: Esse contrato foi aquele que você assinou de 10 anos com o Baskonia?
TIAGO: Isso mesmo.

BNC: Na sua passagem pelo Baskonia você teve momentos icônicos. Como era para você a disputa de um clássico contra o Real Madrid, Copa del Rey, o Barcelona, essas coisas?
TIAGO: Eu cheguei na Espanha no auge da economia deles. Depois te ter tido uma Olimpíada em Barcelona, eles continuavam investindo no esporte, tinham acabado de entrar na União Europeia, foi muito bom. Eu cheguei no time e era reserva do Luis Scola, que fez uma campanha pelo nosso time e depois foi para a NBA. Foram ótimos duelos, Copa Del Rey era muito legal de jogar, sempre no sistema de mata-mata. Juntando tudo isso, sempre tinha uma expectativa com a minha ida à NBA. Várias coisas aconteceram. Ganhei três Copas del Rey, dois Campeonatos Espanhóis, quatro SuperCopas. Desde o meu último título lá em 2010, o Baskonia não chegou a nenhuma final, isso mostra o tanto que o nosso time era forte e unido naquela época.

BNC: Você teve muitos títulos, uma carreira brilhante como acabamos de ver. Sempre levando a equipe ao Final Four da Euroliga, ou ali pertinho, ficou uma pequena frustração de não ter conquistado a taça mais importante da Europa?
TIAGO: Cara, isso fica um pouco engasgado. Nós sempre nos sentíamos um time pequeno chegando no Final Four, porque íamos jogar contra equipes por exemplo que gastavam 20 milhões de euros por ano, como o CSKA, Olympiacos, Panathinaikos, Barcelona. Jogamos quatro Final Four, duas finais e no final ficava uma sabor amargo. Eu nunca fui de reclamar da arbitragem, mas às vezes sentia que a camisa pesava para um lado. Tinha aquelas faltas questionáveis no último quarto, faz parte do jogo. Não deixa de ter brilho minha carreira na Europa por conta disso.

BNC: Obviamente não tem. O primeiro título que você conquista com o Baskonia, já com 22 anos, para você também foi muito especial, né?
TIAGO: Sim, muito especial. Porque tínhamos perdido uma final trágica contra o Real Madrid, perdemos no quinto jogo em casa, onde no último quarto estávamos vencendo por oito pontos de vantagem. Este título em 2008 fez com que tirássemos uns 400 quilos das costas. O Scola não estava mais, eu já era o pivô titular da equipe e pareceu muito com o título do Spurs em 2014. Foi um momento muito bacana.

BNC: Em 2008 teve aquela eleição dos melhores jogadores do mundo fora da NBA, e você foi eleito o terceiro melhor. Já começou a esquentar a questão da NBA, aquele frio na barriga de criou uma expectativa?
TIAGO: Desde os meus 18 anos falavam sobre a NBA, mas como eu tinha aquele contrato de dez anos com o Baskonia que me segurava muito, as pessoas acabavam não tendo aquela vontade de me selecionar no Draft por conta desse "fantasma". Em 2008 eu tinha uma cláusula de saída, mas o Baskonia acabou renovando por mais dois anos e me seguraram lá.

BNC: Em 2009 vem aquela temporada mágica, onde você é o MVP da temporada regular, MVP da final, algo que só um outro pivô conseguiu, o Arvydas Sabonis, e vocês conquistam o título em 2010, já com o Huertas do seu lado. Como foi este momento?
TIAGO: Você descreveu um pouquinho de tudo. Foi sensacional, eu já estava tentando levar o Marcelinho para lá há algum tempo, pois o argentino Pablo Prigioni havia saído, então estávamos meio que sem armador. Eu falei para a diretoria trazer o Marcelo e não deu outra. Eu brinco com ele que ele me deu o MVP, me deixando na cara do gol toda hora. Não poderia acabar de outra forma a temporada, foi a melhor maneira possível, com o título para o grupo e os meus prêmios individuais.

BNC: Saindo do Baskonia, você vai para a NBA, em uma equipe excelente do San Antonio Spurs, que conta com Parker, Duncan e Ginobili. Como é essa adaptação de ser o superstar da equipe a um novato que também era uma sensação?
TIAGO: Quando eu fui para lá, todo mundo dizia para eu ter calma no primeiro ano, que eu jogaria pouco, teria que ir buscando meu espaço aos poucos e mostrando meu trabalho. Eu acho que cheguei lá no auge da minha carreira e pensava: "Vou fazer uns 10 pontos em 15 minutos e vou garantindo meu espaço". Isso até aconteceu, mas aí passava dois, três jogos e eu não jogava nenhum minuto e meio que fui ficando frustrado, porque não entendia o motivo de não estar jogando. Até pensei em pedirem para me trocar, mas acabei ficando de boa. Teve um dia que eu estava subindo para o ônibus, meio de cara amarrada e o Gregg Popovich, o técnico, me viu e me chamou. Ele perguntou se eu estava chateado e eu disse que sim. E aí ele disse: "Você está chateado por isso, é? Pode parar de ficar chateado então que você não vai jogar mesmo". Eu não estava entendendo nada. Mas ele falou que já tinha os pivôs na rotação para aquela temporada. Falou para eu continuar treinando forte e que no ano seguinte iria precisar de mim, que não era para eu abaixar a cabeça. Aquilo me deu um alívio, porque é complicado você chegar a um primeiro ano e já ter muitos minutos.

BNC: Quão importante foi ter o argentino Manu Ginobili por perto neste início de carreira na NBA? Um jogador latino também, que veio da Europa quase que na mesma situação da sua. Hoje vocês são grandes amigos, não?
TIAGO: Com certeza o Manu foi meu primeiro contato dentro do Spurs. Eu mandei mensagem para ele antes de chegar lá. O Ginobili me tranquilizou dizendo que eu jogaria mais minutos no ano seguinte. Foi muito bom ter ele por perto.

BALA: Para você deve ser um prazer ter feito parte dessa escola de basquete do San Antonio, né? Já vimos os Pacers usando essa mesma escola do Spurs, o Nets vem tentando implantar, mas a moda agora é a escola do Warriors.
TIAGO: O small ball (jogo com cada vez menos homens grandes em quadra) que o Warriors vem utilizando, se você analisar a nossa segunda unidade do Spurs em 2014 tínhamos um time com essa característica. O francês Boris Diaw jogava da ala-pivô aberto, tínhamos o Patty Mills e o Danny Green nas zonas mortas sempre preparados para os arremessos. Não havia tanta jogada no nosso ataque, improvisávamos muito, mas sempre com muito treino e atento aos movimentos. É difícil conseguir marcar um estilo de jogo desse, sempre com um ritmo muito intenso.

BNC: Deixa eu te fazer uma pergunta sobre o Popovich, antes de entrarmos nas duas finais que você jogou. Tem alguma história dele que consiga dividir conosco?
TIAGO: Ele é totalmente diferente com os jogadores de como é com os jornalistas, acho até que ele odeia quem cobre o time, não sei mesmo o que acontece com ele. Mas ele é um paizão para todo mundo, eu falo com ele até hoje, ele cuida de seus atletas. Ele usa muito três palavras: executar, você ser inteligente e jogar com esforço. Se fizermos isso tanto na vitória ou na derrota iremos sair para jantar, tomar um vinho e dar risada das coisas da vida. Ele só pedia essas coisas dentro de quadra.

BNC: Alguma história dele que você possa contar?
TIAGO: Estávamos em uma série de playoff acho que contra o Thunder e tínhamos aquelas folhas gigantes com proposta de jogo pregadas no vestiário com as jogadas para executar. O Pop, de tão metódico, saiu com aquilo colado nas costas, dizendo que não podíamos esquecer nada daquilo para vencer a partida. Ele estava basicamente com a estratégia do jogo colada nas costas. Ele levou a gente para ver museus, levou na NASA. É um cara extraordinário, fica ligado em tudo que está acontecendo no mundo. E isso me fazia uma pessoa melhor, tinha que sempre estar ligado, não queria chegar lá e dar uma bola fora. É um cara que deixa todo mundo ligado por dentro.

BNC: Falando nisso né, Tiago, você participou de duas finais da NBA, já é um feito muito difícil para uma franquia conseguir, ainda mais no Oeste, como foi para você as duas séries contra o Miami Heat?
TIAGO: A final de 2013 eu lembro muito. O Pop chegava no final do jogo e tirava eu e o Duncan da partida para ter um time mais leve em quadra e todos os bloqueios eram troca, eu lembro certinho que o Duncan reclamou e argumentou que não queria sair naquele jogo 6, naquele lance que todos lembram. E aí o LeBron arremessa aquela bola de três, o Chris Bosh pega o rebote ofensivo em cima de um pequeno nosso, passa para o Ray Allen e o Allen faz aquela cesta. Essa imagem ficou na minha cabeça. Depois, no ano seguinte, começamos a pré-temporada assistindo aquele jogo inteiro e o Pop anotando todas as jogadas e tudo que todo mundo tinha errado. Acho que foram umas quatro horas nesse treino, ele sempre lembrava a gente do jogo e dos nossos erros pra mostrar que não foi por causa daquele arremesso que perdemos a final. Então tínhamos em mente o que precisávamos melhorar como time. Foi bom voltar e jogar a final contra eles sendo aquela uma revanche.

BNC: Aquele ano de 2013 você ficou marcado pelo toco que o LeBron te deu e eu lembro de um lance do Duncan dando socos no chão porque errou um gancho que na teoria seria fácil para ele. No ano seguinte veio a redenção completa…
TIAGO: Todo respeito ao LeBron, é um dos ícones da nossa geração, sou fã dele. Quem estava dentro daquela equipe sabe o trabalho mental que fizemos para vencer eles no ano seguinte, aqueles 15 jogadores vão ser levados por muito tempo, temos uma união até hoje, é como se fosse uma guerra e os soldados voltam para casa, acredito que permanecem amigos para sempre. Para nós foi uma batalha vencida. Nunca vamos deixar de ser campeões.

BNC: Qual o sentimento da vitória? O que passou pela sua cabeça?
TIAGO: Na minha cabeça por ter passado aquela final no ano anterior foi a liberação de um peso. Por ter chegado tão próximo, acho que ficaria marcado por ter tido tão próximo e não ter vencido. O que eu fiz (ganhar um título da NBA) foi uma coisa que poucos tiveram a experiência, estar lá como um brasileiro, como um catarinense ainda mais. Sou orgulhoso de ter conquistado esse objetivo. Recebi muito o apoio de brasileiros, mensagens de carinho, era tudo muito bom.

BNC: Em final sempre existe muita superstição, né? Tem alguma história que você possa dividir conosco?
TIAGO: Meus pais estavam lá comigo para acompanhar a final em 2013. Chegou a segunda final, eu falei para eles não virem pra 2014. Não é por superstição, mas para que eu ficasse mais tranquilo. Eu tive o cuidado no ano anterior de ficar me preocupando demais com eles, pois não falavam bem o inglês, não sabia se estavam no táxi correto, se tinham ido para o jogo. Aí eu falei: "Não vou me preocupar com nada, só em jogar e depois eu levo o troféu para Blumenau". Meus pais sempre respeitaram e entenderam meu espaço. Não acredito muito neste caso de superstição. Eles estavam sempre presente na minha vida carreira.

BNC: Agora estamos vendo o Leandrinho e o Varejão jogar aqui no Brasil e você saiu muito novo. Pensou em jogar aqui e fazer uma despedida?
TIAGO: Pensei, sim. Mas eu queria estar bem, queria estar bem fisicamente e tentar voltar bem. Eu sempre tive expectativas altas, eu sabia que operando não ia ser fácil. Eu ia querer ir para o Brasil para fazer 30 pontos, e sabia que com duas cirurgias não iria ser tão fácil assim. O que o Anderson e o Leandrinho estão fazendo é muito importante para o basquete brasileiro. É bom ter ídolos por perto. Às vezes, algumas crianças só os conheciam pela televisão e agora estão tendo a oportunidade de ir aos ginásios para ver eles.

BNC: Sobre seleção. Como foi esse período de 2002 até 2016? Muita dor por não ter alcançado uma medalha em Mundial ou Olimpíada?
TIAGO: Muito mais felicidade do que pontos negativos. Todos os anos que eu representei o Brasil eu sempre me diverti pois estava com os meus amigos. Existiram períodos que nós quase que estávamos pagando para jogar pela seleção, mas sempre foi um prazer defender as cores verde e amarela. Nós nunca ganhamos rios de dinheiro pela seleção, como acontece em outros esportes. É complicado treinar só umas duas semanas e ir para competições onde o mundo todo está te assistindo. Eu sempre tive muito orgulho da seleção, pois foi o que me projetou no cenário internacional. Se eu não tivesse ido para aquela seleção infanto-juvenil, com 14 anos, muito provavelmente não seria visto por agentes em Blumenau, então eu devo um pouco da minha carreira para a seleção. Os jovens de hoje em dia têm que sentir orgulho de jogar pela seleção. É exatamente o que senti todas as vezes que joguei com a camisa da equipe nacional.

BNC: Você tem grandes momentos pela seleção. Quais dessas são as que mais te marcam ou a que você lembra melhor?
TIAGO: O começo da seleção foi muito bom. Acho que o primeiro Pan-Americano foi muito legal (2003), porque éramos muito novos. E sabíamos do nosso potencial, então foi muito bom para o amadurecimento da carreira de todos nós. E o final também foi muito emocionante, aquele pré-olímpico de Mar del Plata em 2011 foi fantástico, onde conseguimos colocar o Brasil de volta a uma Olimpíadas. Eu tenho orgulho em ter terminado na posição que terminamos em Londres, eu sei que poderíamos ter tido um resultado melhor, mas se você falar para 100 pessoas que ficou em quinto lugar em uma olimpíada, umas 99 vão ficar orgulhosas de você.

BNC: Quão especial foi aquele Pré-olímpico em Mar del Plata de 2011?
TIAGO: Não tem preço. Imagina você juntar seus melhores amigos e os convida para jogar algo e ganha. Foi uma sensação indescritível. Vou guardar para o resto da vida. Foi muito especial. Até raspamos a cabeça. Foi um momento histórico para a nossa geração. Comemoramos muito. Seleção para mim é muito marcado pelo primeiro Mundial, os pan-americanos e as Copa Américas que conquistamos. E óbvio, a Olimpíada de 2012 e o meu último mundial, em 2014 que inclusive foi minha última partida com a camisa da seleção.

BNC: Como está vendo esse novo momento da CBB?
TIAGO: Como muitas pessoas pensam, eu não estou ligado a CBB, não mando nada, não voto em nada, ninguém me pergunta nada. Mas eu acho que precisávamos dessa chacoalhada. Eu acho que o Guy era a pessoa certa para fazer isso, sobretudo pela questão financeira que você conhece bem. Essa nova turma da CBB, eu acredito que eles ainda estão meio de mãos atadas devido à última gestão da Confederação. Perguntaram-me se eu era a favor de um técnico estrangeiro, e eu disse que preferia um técnico brasileiro. Mas respeito e agora que está o Petrovic, temos que apoiá-lo.

BNC: Você lançou seu canal do YouTube, acompanhou uma pré-temporada no viés da comissão técnica e foi repórter da NBA Brasil no All-Star Game. Qual é o próximo passo na sua carreira?
TIAGO: Realmente não sei. Eu sei que a associação de jogadores tem cursos, então estou vendo todas as possibilidades. Estou aproveitando a minha imagem, fazendo um pouco de tudo para ver o que eu mais gosto. Eu sei que minha vida pós-carreira estará ligada ao basquete. Como vocês sabem eu fiz essa pré-temporada com o Austin Spurs, fui repórter no All Star game, me divirto muito fazendo e estando no meio do basquete. Vou fazer um curso agora em Junho sobre salary cap, onde quase todos os General Managers fazem, os diretores fazem. Uma coisa que me deixa muito interessado é saber como funciona essa parte de escritórios e tudo mais.

BNC: Para fechar, quando você começou a entender melhor a imprensa, eu digo, nós do jornalismo esportivo?
TIAGO: É um trabalho difícil, é difícil falar sobre basquete. Por conta da complexidade do esporte é complicado passar para uma pessoa as regras logo de cara. Mas eu comecei a entender isso nitidamente nas Olimpíadas do Rio de Janeiro quando estava dentro da Globo como comentarista e percebia que tinha que buscar um espaço maior, buscar muitas vezes uma declaração de um atleta que às vezes tinha perdido e não era legal com a imprensa. Neste caso, eu comecei a perceber que precisávamos buscar um espaço maior para o basquete. Eu naquela posição de jornalista estava buscando uma solução para a melhoria da modalidade. O jornalismo no Brasil às vezes é muito para baixo e aqui nos EUA acredito que por conta dessa questão cultural está sempre motivando os atletas.

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