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Com a chegada de Carmelo Anthony, reforçado Thunder torna-se favorito na NBA?

Fábio Balassiano

25/09/2017 13h00

O planeta basquete foi agitado no sábado quando o Woj (ESPN) e o Charania (Vertical) anunciaram quase ao mesmo tempo que Carmelo Anthony havia concordado em ser trocado para o Oklahoma City Thunder na NBA. O OKC, rápido, fez um pacote com o pivô Enes Kanter, o ala Doug McDermott e a escolha de segunda rodada do Thunder em 2018 para finalizar a negociação e sorriu para o mundo inteiro ver.

Para o Knicks, está bem claro, né? Sem Carmelo Anthony e Derrick Rose, a franquia parte para a reconstrução tendo Kristaps Porzingis como seu principal pilar. Enes Kanter defende muito mal, mas pontua bem e pode ser uma opção perto da cesta (tem mais dois anos de contrato). McDermott, caso consiga um pouco de consistência, pode ser útil na ala. Mesmo que não tenha sido um pacote ideal, já que Carmelo Anthony é uma estrela da liga, o time de Nova Iorque não tinha muito o que fazer porque Melo poderia vetar todas as trocas que chegassem (a do OKC, pelo contrário, ele liberou). Feliz ou infelizmente é assim que funciona. Quando um atleta quer ser trocado (exemplos de Paul George e Carmelo), o time que cede o All-Star quase sempre vai perder muito porque o mercado inteiro sabe do desejo do atleta – que quer ir embora o quanto antes.

Pelo lado do Oklahoma, a pergunta que fica é: com as chegadas de Carmelo e também de Paul George, outro All-Star recém-contratado, o time que já tinha Russell Westbrook tem condição de brigar pelo título do Oeste e consequentemente pelo da NBA também? Fiquei matutando isso desde sábado em conversas com Pedro Rodrigues e David Feldon, amigos, e vamos lá!

Em primeiro lugar, há uma pessoa que merece uma salva de palmas. Daquelas longas, calorosas e emocionadas. Atende pelo nome de Sam Presti, é gerente-geral do Oklahoma e foi o cara que, trocando Victor Oladipo e Domantas Sabonis, conseguiu Paul George. Para fechar o trabalho, mandou McDermott e Kanter para fisgar Carmelo Anthony. Presti conseguiu enviar mariolas mordidas e retornar com dois craques para formar com Rusell Westbrook um dos melhores trios da NBA atual.

É óbvio que o "ataque agitado" de Presti ao mercado tem um motivo. Por mais que ele estoure a folha salarial (vai ficar entre os US$ 135 e US$ 140 milhões quando o elenco fechar), o até então mão fechada OKC, que quase nunca extrapolava o teto salarial, quis dar um recado claro a Westbrook, Carmelo e George: em nenhum outro lugar eles jogarão com tantos craques juntos. A não ser que o Lakers tire um coelho chamado LeBron James da cartola, é improvável que os rapazes sejam mais felizes, basquetebolisticamente falando, longe de Oklahoma. Os três possuem a opção de se tornarem agentes-livres ao final da temporada 2017/2018, e colocá-los para jogar agora, meio que dando a eles um gostinho do que é jogar com grandes estrelas, é uma tentativa não só de vencer em 2018, mas sim de manter Russ, Melo e PG13 por longa data. Você vê as primeiras reações de Paul George, o único a se manifestar até agora, e a felicidade está bem latente.

Eu sei, o Bala ainda não respondeu, né? A verdade é que o Oklahoma se coloca, sim, entre os favoritos a chegar a decisão do Oeste junto com Golden State, o atual campeão que manteve toda a sua base e ainda conseguiu bons reforços para o banco (Omri Casspi e Nick Young, por exemplo), e o Houston Rockets, que terá Chris Paul, James Harden, Trevor Ariza, Nenê e muito mais em seu elenco.

O Thunder ainda precisa melhorar o banco, é verdade, mas o time será sólido na defesa justamente devido às duas peças restantes do time titular (Steven Adams no pivô e Andre Roberson na ala) e absurdamente forte no ataque. Dá pra imaginar a felicidade de Russell Westbrook quando soube da notícia. Russ não verá mais as defesas adversárias dobrando ou triplicando a marcação para cima dele. Dessa vez, caso os rivais pensem em fazer isso, será simples: quicar a bola para o lado e encontrar Melo ou George para matar / castigar do perímetro. É bem diferente de quando ele tinha para passar Oladipo, McDermott, Sabonis e Kanter, né?

Obviamente a parte tática passará por ajustes. O técnico Billy Donovan terá que tirar um pouco da bola das mãos de Westbrook, claro, e se conseguir fazer com que Paul George participe ativamente da construção e finalização das jogadas e colocar Carmelo Anthony atuando como na seleção americana, esperando pelos arremessos ao invés de apenas "afunilar" o ataque todo para ele (segurando a bola em suas mãos por 8/10 segundos direto), a chance de sucesso é mais do que certa. A química será fundamental para sabermos quão longe este novo núcleo chegará, não há dúvida.

O problema para o OKC é que, ao menos neste começo de temporada, o Warriors ainda é um pouco mais forte (ou muito mais). O time vem de título, tem quatro atletas excepcionais (Curry, Klay, Durant e Green), um técnico acima da média (Steve Kerr) e muita confiança por vir de três finais seguidas. O Thunder, por sua vez, ainda precisará encaixar e treinar as suas peças na temporada regular antes da verdadeira prova do elenco – nos playoffs.

Vencedor na troca de sábado, o OKC sabe que nunca teve um elenco tão forte para chegar longe na NBA. E Carmelo Anthony, Russell Westbrook e Paul George também têm conhecimento que nunca jogaram com tantas estrelas lado a lado. Os três já são experientes, não têm tempo a perder com vaidade (obviamente a bola ficará menos tempo nas mãos de Russ) e precisam ganhar rápido.

A temporada da NBA começa no dia 17 de outubro e o fortíssimo Oklahoma abre seu ginásio para a estreia no dia 19. O adversário? O New York Knicks, que verá Carmelo Anthony vestindo a camisa do Thunder pela primeira vez.

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