As semifinais de conferência da NBA começaram ontem com vitória do Boston Celtics contra o Washington Wizards em casa por 123-111 (Isaiah Thomas perdeu um dente, continuou na quadra e terminou com uma performance impressionante de 33 pontos e 9 assistências para o seu time, que abriu o jogo levando 16-0), mas como ainda havia uma partida de primeira rodada sendo disputada eu optei por deixar análises e palpites para hoje mesmo. Os confrontos ficaram 100% definidos apenas no final de domingo com o triunfo do Utah Jazz contra o Los Angeles Clippers na Califórnia por 104-91 na despedida de Paul Pierce.
Vamos, então, agora com os palpitões para as semifinais de conferência do melhor basquete do mundo.
LESTE
BOSTON CELTICS x WASHINGTON WIZARDS – A série começou ontem, como disse acima, mas este texto já estava escrito antes mesmo de domingo. É um baita duelo de armadores (Isaiah Thomas x John Wall) e alas-armadores (Avery Bradley x Bradley Beal), mas no geral eu acho o Boston mais organizado e com um banco um pouco melhor. Os dois times se enfrentaram e se pegaram na temporada regular, então é bem provável que a gente veja um duelo bem físico também.
É bem verdade que a velocidade e a força física de John Wall darão um trabalho descomunal a Isaiah Thomas, baixinho toda vida, na marcação e Brad Stevens, seu técnico, não poderá nem contar com a possibilidade de colocar Avery Bradley para vigiar Wall porque uma ação dessas deixaria um pontuador também muito bom (Beal) contra Isaiah. O que acho que pode acontecer é, em alguns momentos, vemos coberturas logo após o drible de Wall, o que será um desafio imenso para as rotações do Celtics. Um ponto que pesa a favor dos verdinhos é a boa fase e a experiência de Al Horford, que foi muitíssimo bem do meio para o final da série contra o Chicago Bulls e que poderá dominar Marcin Gortat no garrafão.
Estou curioso para saber se Stevens manterá Gerald Green no quinteto inicial tal qual ele fez quando a série estava 2-0 pro Bulls na primeira rodada. Green traz "espaçamento" e abertura para as infiltrações de Thomas, mas ao mesmo tempo pode trazer prejuízos defensivos imensos contra um time que tem quatro arremessadores muito bons (Beal, Porter Jr., Markieff Morris e Bogdanovic – este vindo do banco). Se na primeira rodada os dois times tiveram que fazer poucos ajustes contra Bulls e Hawks, estou curioso para saber quanto as comissões técnicas esperarão para iniciar as mexidas no tabuleiro.
Meu palpite: Celtics em sete
CLEVELAND CAVS x TORONTO RAPTORS – Esta pra mim é a série mais tranquila das semifinais de conferência. E teria tudo pra ser enrolada pro Cleveland. O Toronto é um bom time, tem um um elenco bem numeroso, mas depois do que vi na primeira fase, quando os Raptors se enrolaram bizarramente contra o um limitado Bucks, eu não tenho muita dúvida em afirmar que o Cavs mais uma vez irá descansar no Leste.
Pensando de forma positiva para o Raptors, dá pra dizer que Dwane Casey encontrou uma maneira diferente e até certo ponto mais eficiente de jogar com Norman Powell como "ala-pivô falso", Serge Ibaka de pivô e Jonas Valanciunas no banco. Não sei, porém, se isso daria certo contra Tristan Thompson, um verdadeiro animal perto da cesta e um dos melhores em termos de rebotes ofensivos da NBA, e Kevin Love, que tem jogado muito bem e abrindo cada vez mais a quadra nas extremidades para arremessar. Até seria viável caso DeMarre Carroll pudesse marcar a Love, mas aí Powell teria que vigiar ninguém menos que LeBron James – o que seria temerário.
Gostaria muito que o Toronto desse um pouco de trabalho ao Cavs porque o elenco é bom, DeMar DeRozan é excelente e são dois brasileiros por lá (Lucas Bebê e Bruno Caboclo), mas sinceramente não consigo ver os canadenses prolongando demais essa série, não. E vocês vejam que eu nem precisei citar Kyrie Irving nesse texto, né…
Meu palpite: Cavs em cinco
OESTE
GOLDEN STATE WARRIORS x UTAH JAZZ – É óbvio o Utah Jazz tem um bom time e chega com confiança após vencer um jogo 7 fora de casa. O elenco de Quin Snyder é bom, diversificado e pode dar muitos problemas com Gordon Hayward, George Hill e Rudy Gobert perto da cesta. Mas daí a pensar que um cansado Utah seja capaz de vencer o Golden State em quatro partidas vai uma distância gigantesca.
A grande questão, ao menos pra mim, é tentar saber como estará a condição física do técnico Steve Kerr, que até o momento não foi confirmado pelo Warriors para comandar a equipe a partir de terça-feira. Com ou sem ele, não há, na minha cabeça, nenhum grande risco da franquia ficar de fora da final da conferência Oeste. Steph Curry, Kevin Durant, Klay Thompson, Draymond Green e o elenco de apoio do time de Oakland dão conta do recado mesmo se o treinador estiver ausente devido a sua lesão na coluna.
Meu palpite: Warriors em cinco
SAN ANTONIO SPURS x HOUSTON ROCKETS – Está aí um duelo bem difícil de opinar, hein. O San Antonio Spurs tem um técnico excepcional (Gregg Popovich), um jogador absurdamente fantástico em Kawhi Leonard e um elenco de apoio a Kawhi que é excelente também. O problema é que o Spurs não jogou muito bem contra o Memphis, quando venceu por agônicos 4-2, LaMarcus Aldridge de vez em quando me parece tímido e Pau Gasol está longe, bem longe, de ser aquele jogador que foi há três, quatro anos.
O que disse acima é um dos motivos que me fazem crer que o Houston Rockets tem muita chance neste duelo. James Harden fará um duelo incrível contra Kawhi, e poderá carregar o melhor jogador do rival em faltas desde muito cedo – principalmente porque o Barba tem o carinho dos árbitros, que marcam faltas para ele em qualquer mínimo contato. Além disso, Nenê é muito capaz de segurar os pivôs do Spurs e as bolas de três de Eric Gordon, Ryan Anderson e Trevor Ariza têm caído muito bem a temporada inteira, motivo pelo qual a defesa do San Antonio terá que ficar 200% ligada desde o primeiro minuto. Dar ritmo e confiança aos Rockets é um erro que certamente o Spurs não vai querer cometer.
Só não cravo o Houston como vencedor do confronto porque Pop tem o número de Mike D'Antoni em sua carteira há anos (desde a época em que o Spurs surrava o Phoenix de Steve Nash e Mike-D) e sabe como frear a velocidade dos times de D'Antoni como poucos nessa liga. Além disso, o San Antonio não dará a liberdade que o Rockets teve para arremessar contra o fraquíssimo Oklahoma.
Meu palpite: Spurs em sete
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