Boston Celtics e o elenco mais homogêneo da NBA, por Helder Souza
Fábio Balassiano
12/03/2017 20h10
* Por Helder Souza
Assisti ao jogo com os olhos voltados para os Cavs. Motivado pelo ultimo texto do Bala sobre a ótima atuação recente no mercado, que culminou na chegada Deron Williams e Andrew Bogut , queria ver como seria a adaptação e a moldagem desse elenco que, quando tiver os retornos de Kevin Love e JR Smith, terá na rotação Kyrie Irving, JR Smith, LeBron James, Kevin Love e Tristan Thompson no time titular e Deron Williams, Iman Shumpert, Kyle Korver, Richard Jefferson, Channyng Frye, Derrick Williams e Andrew Bogut na reserva. No papel, o elenco mais forte da NBA e com totais condições de defender o título.
Enfim, no jogo em questão vi Kyrie Irving fechar com 28 pontos, abusando das infiltrações que só ele é capaz de fazer, e cuidando bem da bola, terminando o jogo com apenas 2 desperdícios de bola. LeBron dispensa comentários, terminando com triplo-duplo. Do banco, Derrick Williams veio bem mais uma vez, sendo consistente, e deu pra ter uma boa noção do que Deron Williams poderá acrescentar neste time.
Apesar de saber que é impossível creditar esse bom momento dos Celtics a um único fator, se tivesse que apontar uma razão em especial diria que esse time é o que é hoje porque tem o elenco mais equilibrado e bem ajustado da NBA. Pois bem, ao invés de gastar longos parágrafos tentando explicar minha teoria – e correr o sério risco de não conseguir explanar bem o assunto – vou usar os números do confronto contra os Cavs.
No jogo, além de Isaiah Thomas, cestinha do jogo com 31 pontos e 5 assistências, Jae Crowder teve 17 pontos e 10 rebotes, Avery Bradley (voltando de lesão) contribuiu com 11 pontos, Marcus Smart com 9 pontos e 8 assistências, Al Horford ficou a um ponto do triplo-duplo, Kelly Olynyk teve 10 pontos e o calouro Jaylen Brown fechou com 8 pontos e 7 rebotes.
O único ponto negativo que posso destacar é que, quando se tem um time tão coeso e homogêneo, em alguns momentos decisivos pode-se sentir a falta de um jogador que decida partidas a seu favor. Depender exclusivamente do Isaiah Thomas em situações-chave não é recomendável, e a história mostra que, a menos que seu franchise player seja Michael Jordan, é importante ter pelo menos mais um jogador que faça a balança pesar a seu favor (exemplo mais recente na ultima final, onde a bola decisiva não saiu das mãos do LeBron e sim do Irving).
Outro detalhe interessante, a título de informação, é o fato de que todos os jogadores citados no parágrafo acima, apenas Al Horford tem idade superior a 30 anos. Ou seja, esse time tem tudo para manter-se junto por um bom tempo e, se continuar acertando no draft como acertou com Jaylen Brown essa temporada, talvez esse time se torne o novo Golden State (sem Kevin Durant) no futuro.
Fiquem com os olhos abertos nos Celtics, porque esse time vai longe.
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