Após dois anos lesionado, camaronês Joel Embiid renova esperança do Sixers
Fábio Balassiano
31/01/2017 00h04
Com mudança na direção (Bryan Colangelo chegou para dar uma cara mais vitoriosa para uma franquia que se acostumou a gostar de perder e a confiar no tal processo de reconstrução), o Sixers foi ao mercado. Não trouxe estrelas, mas colocou no elenco figuras como o espanhol Sergio Rodriguez, ex-Real Madrid, Jerryd Bayless, Ersan Ilyasova e Gerald Henderson. Perder poderia ser uma possibilidade, não mais uma "obrigação". Nomes experientes evitam derrotas em sequência, mas não só isso. Os veteranos dão tranquilidade para jovens como Dario Saric, croata bom de bola que chegou agora para seu primeiro ano, jogarem. Então é por isso que o caminho do Sixers tem sido menos tortuoso? Nada disso.
Estava sendo bem avaliado pelas franquias quando foi diagnosticado com um problema no pé. Seis meses de molho. Muita gente torceu o nariz para o que seria dele no Draft, mas o Sixers, com a terceira escolha, decidiu apostar em Embiid, atlético e com 2,13m para dominar garrafões por muito tempo. Com a terceira posição, o Philadelphia fez dele o seu mais novo pivô. O que seriam seis meses para quem espera por um novo gigante peso-pesado há décadas?
Em 4 de outubro de 2016 ele fez a sua estreia na pré-temporada. Jogou 13 minutos e teve 6 pontos. Era um começo, mas o que viria depois? No dia 26 de outubro, primeiro jogo oficial da NBA, a estreia contra o Oklahoma City Thunder em casa. Não dava pra esperar nada, né? Mas Embiid decidiu roubar a cena com 20 pontos, 7 rebotes e 2 tocos em 25 minutos. Trata-se de alguém diferenciado mesmo com minutos limitados (via de regra, ele não passa dos 28 minutos por jogo e quando tem um mínimo sinal de dor é retirado de quadra pela comissão técnica).
Passaram três meses, e Embiid segue encantando a todos (quase foi selecionado para o All-Star Game do Leste). Vivendo seu sonho, como ele mesmo diz a todo instante e muito animado nas redes sociais, ele registra 20,2 pontos, 7,8 rebotes e 2,5 tocos de média em incríveis 25 minutos por noite (quase um ponto por minuto, é isso mesmo). Mais do que bons números, o camaronês é carismático e tem conseguido colocar um pingo de esperança na torcida do Sixers. Com o triunfo de ontem diante do Sacramento em casa (122-119 sem Embiid, poupado devido a dores no joelho) já são 18 vitórias até agora (10 apenas neste ano, o quarto maior número de toda NBA) e uma força ofensiva e defensiva incríveis nos dois lados da quadra. Na sexta-feira, contra o Houston, 32 pontos (4 bolas de 3), 7 rebotes, 4 assistências, 3 roubadas e 2 tocos em uma atuação de tirar o fôlego.
O dia que Ben Simmons estrear a tendência é que o Sixers tenha uma ótima dupla para chamar de sua por um longo período. Se o processo da Pensilvânia é doloroso, o sorriso de Embiid mostra que pode haver luz no final do túnel. Sua história de superação, improbabilidade e sorrisos distribuídos aos montes para seus torcedores é um dos maiores exemplos desta temporada 2016/2017 do melhor basquete do mundo.
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