'Renascido', Guerrinha fala do título Paulista com Mogi e da expectativa para o NBB
Fábio Balassiano
31/10/2016 01h30
GUERRINHA: Eu acho, sim, que tira pra algumas pessoas tira o peso que você cita, mas ao mesmo tempo aumenta muito a nossa responsabilidade. Cada dia mais vamos marcando terreno no basquete nacional como também no Sul-Americano. O time vai ganhando mais responsabilidades e aí é importante que os jogadores saibam que quando a equipe vence ela passa a ter ainda mais compromisso com a vitória. E eu já disse aos meus atletas que iremos trabalhar muito neste sentido. A primeira etapa foi concluída e sabemos como é difícil chegar ao título, ao primeiro título, principalmente pelo peso que tínhamos, mas agora temos que trabalhar dobrado porque, vou insistir nessa palavra, a responsabilidade é maior para todos.
GUERRINHA: Graças a D's eu consegui chegar a um nível de maturidade que eu não trabalho mais pra provar nada pra ninguém, mas sim para o basquete, porque (o basquete) me ofereceu muita coisa. E alguns lugares, em especial Mogi hoje, um lugar que me acolheu tão bem e me deixou confortável desde que cheguei, eu sabia que mesmo tendo um trabalho muito legal dentro e fora de quadra com meu jeito de trabalhar, com minha experiência, poderia acrescentar muito à equipe. Principalmente neste início, da equipe conseguir títulos, isso é muito bom e dá uma relevância maior para o nosso trabalho.
GUERRINHA: A expectativa é continuar forte. A gente sabe que cada competição que iremos disputar agora é necessário subir um degrau. A equipe precisa pensar dessa forma, evoluir, crescer e saber que o NBB é mais forte, que a cada etapa da Liga Sul-Americana aumentam as dificuldades. Vai ser muito importante manter o nível de concentração. Vamos deixar o Paulista, deixar pra comemorar depois, ano que vem ou sei lá quando. Esta semana já começa um trabalho pesado pra Liga Sul-Americana e pro NBB. O lema é trabalhar sempre e comemorar sempre que pode. Mas acima de tudo trabalhar muito.
GUERRINHA: Eu fiz o correto, que foi valorizar o ótimo trabalho que tinha sido feito aqui antes da minha chegada. O Paco sempre foi muito educado e carinhoso comigo quando éramos rivais e não há motivo algum para ser diferente disso em nossa profissão. Já existia um trabalho em Mogi. Trabalho que foi duro, participando vários treinadores, entre eles o Paco. Pouca gente sabe, mas toda vez que eu ia pra Espanha estudar, fazer clínicas, ver treinos, ele colocava os contatos dele à disposição. Agora, neste tempo desde que eu cheguei aqui em Mogi não havia tido tanto contato, mas nos últimos dias chegamos a nos falar e ele me agradeceu muito. Eu fiz o mesmo e continuamos a manter o contato. Acho isso muito legal. Ser grato às pessoas e saber que todos constroem é muito legal. Ninguém ganha nada sozinho, principalmente em um esporte de equipe como é o basquete.
GUERRINHA: Pensando agora, analisando o que passou comigo eu diria que esse período que eu fiquei fora de competição, de treinamento, é excelente. Todos os treinadores deveriam, a cada quatro, cinco anos, se afastar seis meses, uma temporada para fazer essa reciclagem. Não só tecnicamente, taticamente, mas sair da floresta e observar o que está a sua volta. Outras equipes, outros profissionais, outros métodos. Tive a felicidade de ir para a Argentina e observei os treinamentos do Julio Lamas e Carlos Duro, dois dos melhores treinadores do basquete sul-americano e isso foi muito vantajoso para mim. Eles me receberam muito bem lá e passei um tempo trocando ideias. Nesse tempo vi muitos jogos universitários, NBA e também partidas do NBB. Isso ajuda muito a construir o seu novo repertório, aprimorar a sua maneira de pensar. É sempre muito bom olhar de outro ângulo, perceber que ninguém é insubstituível. É bom também tirar esse tempo para fazer coisas diferentes, ver o mundo de outra forma, pra você crescer como profissional e também como ser humano.
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