O triste corte de Anderson Varejão e a animadora vinda de Cristiano Felício
Fábio Balassiano
28/07/2016 00h17
"É frustrante. Triste. Ainda não quero acreditar. Disputar as Olimpíadas no meu país, com a minha família, meus amigos, o público brasileiro… Isso nunca mais vai acontecer. Parece um pesadelo… Faltam menos de dez dias para os Jogos e sonhei muito com esse momento, ansiedade era grande, o frio na barriga. Estava feliz. Desde que anunciaram que as Olimpíadas seriam no Brasil, não conseguia pensar em outra coisa, mesmo durante a temporada, era impossível não imaginar, não lembrar. Infelizmente, por causa de uma lesão, vou ficar fora. É difícil demais aceitar isso", disse.
1) Na semana passada a Confederação divulgou que Anderson estava com LOMBALGIA. O exame nos EUA constatou HÉRNIA DE DISCO. Por que a entidade máxima demorou tanto a fazer o exame para constatar algo? Exame, aliás, que acabou nem sendo feito no Brasil, tamanha a demora da Confederação. Acho que há uma diferença grande nos diagnósticos, não? Só acho…
2) A falta de respeito com Anderson Varejão beirou o absurdo por parte da CBB neste período. Primeiro de deixar alguém com (supostamente) lombalgia sentado nos amistosos por três horas na Hebraica. Depois por SEQUER acompanhar o cara na viagem para São Francisco. Caso se importasse não só com o jogador, mas também com a pessoa, a entidade teria enviado alguém com Anderson para a Califórnia. O cara passou por um ano terrível (trocado pelo Cavs, não conquista do título com o Warriors e agora a saída da Olimpíada) e a turma da Confederação faz isso com um cidadão que está há mais de 10 anos na seleção? Que falta de sensibilidade absurda…
1) Menos de dois meses atrás o técnico da seleção brasileira criticou Felício publicamente por, segundo ele, não atender a uma convocação. Cheguei a escrever, aqui, que o atleta tinha todo direito de fazer o que fez, pois, principalmente, seu contrato com o Chicago é não-garantido. O tempo passou, e quem chega agora para a seleção? Cristiano Felício. Como será o primeiro diálogo entre treinador e atleta? Pagaria pra ver…
3) Ao mesmo tempo, se o garrafão era motivo de esperança antes da convocação, preocupação até ontem, não é a chegada de Felício que coloca novamente as coisas no patamar de tranquilidade. Cristiano é um jovem que chega para tentar ajudar, e não para ser o salvador das ausências de Tiago Splitter, Vitor Faverani e Anderson Varejão e da falta de ritmo de Nenê e Augusto Lima, que jogaram pouco por Wizards e Real Madrid, respectivamente, na última temporada. Devagar com o andor. É recomendável.
É óbvio que Felício terá um impacto muito grande na rotação do técnico Rubén Magnano (talvez até de titular, começando as partidas ao lado de Nenê…), mas é, ainda e sem ver os amistosos contra Austrália e Lituânia neste fim de semana em Mogi, é impossível falar com mais profundidade. Convém esperar um pouco e tentar compreender como será este encaixe da nova peça ao grupo brasileiro.
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