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O cenário da CBB: passado ruim, presente pior e futuro tenebroso

Fábio Balassiano

01/07/2016 00h15

Você viu aqui essa semana os números e ontem a análise do professor Scarpin acerca do (bizarro) Balanço Financeiro da Confederação Brasileira. Embora as contas tenham melhorado no exercício de 2015, o acúmulo de trapalhadas de Carlos Nunes desde 2009 faz com que a dívida chegue a assustadores R$ 17,2 milhões.

E aí eu trago uma notícia não muito animadora a vocês: se o passado foi ruim, se o presente é péssimo, como demonstra o absurdo que é uma seleção Sub-18 ser DESCONVOCADA a menos de 15 dias do começo da Copa América Feminina (mais aqui , aqui e aqui ), o futuro será ainda pior. Explico: mais de 50% das verbas recebidas pela Confederação Brasileira nos últimos anos são provenientes de incentivo federal. Seja convênio, seja Lei de Incentivo, seja Lei Piva, seja o que for. O que importa é: a CBB não possui a menor habilidade para trazer investimento privado (atualmente apenas Bradesco e a Nike enquadram-se neste grupo). Deu pra entender o tamanho do buraco, né?

No final de agosto acaba a Olimpíada, e sabemos bem o que irá acontecer em relação às verbas federais de um país que anda afogado em problemas de todas as esferar econômicas. Elas vão minguar, beirar ou chegar a zero. Se dos R$ 24 milhões da CBB em 2015 mais de 50% foi pelo governo, é possível, sim, que as receitas cheguem à metade em 2017.

Com sua estrutura inchada, juros altos para pagar e nenhuma capacidade de atrair investidores, a chance do basquete crescer através da CBB é zero – ou quase isso. Uma medalha olímpica no masculino e/ou uma boa colocação no feminino na Olimpíada do Rio de Janeiro pode fazer com que a situação melhore um pouco, mas é reduzir demais a análise (ou seja, colocando tudo na conta de performances geniais na quadra). "A bola não entra por acaso", né? Para fazer com que ela (a bola) entre, é preciso uma união de gestores bons, atletas bem preparados, técnicos capacitados e muito mais. No Brasil, hoje, a parte de gestão falha muito e acaba "derramando" a sua falta de competência em todas as esferas. Como (quase) ninguém cobra, fica tudo por isso mesmo. Atletas, clubes, dirigentes, federações e até 99% da imprensa ficam calados e Carlos Nunes segue em seu desgoverno como se nada estivesse acontecendo. Fácil assim, não?

Ah, e querem saber uma novidade pra lá de "bacana"? Carlos Nunes termina o seu segundo (e último) mandato à frente da CBB em 2017. O próximo presidente assumirá, portanto, uma entidade provavelmente com dívidas chegando a casa dos R$ 20 milhões, sem nenhum dinheiro em caixa para investimentos, com uma receita de patrocínio privado de aproximadamente R$ 12 milhões/ano e sem nenhuma perspectiva de melhora. Ao contrário do que diz aquele famoso e ilustre deputado, no caso da Confederação Brasileira pior do que está é, sim, possível ficar. Bem pior.

O cenário financeiro da entidade máxima do basquete brasileiro é tenebroso em 2016. No próximo ano tende a ser ainda pior. Salve-se quem puder.

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