Na semana passada Ruben Magnano convocou a seleção brasileira para a Olimpíada do Rio de Janeiro. A lista completa de 14 nomes está aqui, e obviamente o treinador cortará dois atletas para chegar aos 12 que efetivamente entrarão em quadra a partir de 7 de agosto quando a equipe enfrentará a Lituânia (14:15).
Em primeiro lugar, não há muito o que se lamentar na lista de Magnano. Muita gente fala na ausência de mais jovens. Discordo frontalmente disso. Olimpíada não é lugar pra se testar ninguém (escrevi isso quando da lista do Barbosa na feminina também). Ainda mais em casa.
Olimpíada é lugar pra chamar os 12 melhores e ponto final. Se estes 12 tiverem 30+ anos, é muito mais sinal de que algo precisa ser feito pela Confederação do que pelo treinador em si. Pegar essa turma mais nova e treiná-la loucamente, como aliás irá fazer a USA Basketball agora com Gregg Popovich (o próximo comandante da seleção), é algo que me agrada é que demonstra zelo e cuidado com o futuro da equipe nacional. Para isso, no entanto, é necessário dinheiro, planejamento e dedicação, artigos em falta na entidade máxima desde sempre.
Sinto falta de um ala mais alto para marcar no perímetro, mas não há este tipo de atleta no país que possa fazer essa função no elenco olímpico. Marcus Toledo, que jogou o NBB pelo Basquete Cearense, é o que mais se aproxima disso, mas quase não foi testado nos torneios Classe A desde que o argentino aqui chegou. Trazê-lo agora pra competição mais importante deste ciclo seria incoerente, algo que de fato Magnano não o é. O mesmo raciocínio se aplica a Bruno Caboclo (foto), talvez o mais talhado para exercer essa função no futuro. No presente, porém, o ala ainda é um projeto no Raptors e está há duas temporadas sem tanto ritmo de jogo assim.
Outro ponto que gostaria de mais atenção seria ter alas (posição 4) com arremessos confiáveis de fora. O famoso "quatro aberto" encontra apenas Guilherme Giovannoni com essa definição. É pouco. Para um torneio tão curto, ter armas diferentes entre si é uma vantagem competitiva que o Brasil deveria buscar – e não terá. O nome de Jefferson William é o que mais me vem a cabeça, mas suas presenças se resumem a Sul-Americanos quando falamos em seleção brasileira nos últimos anos.
Agora é esperar pelos treinos e cortes de Magnano. É impossível prever o que acontecerá, mas acho pouco provável que fuja de Larry ou Rafael Luz na armação e Giovannoni , Faverani (uma das surpresas) ou Hettsheimeir no pivô (e eu não acredito que Guilherme, veterano, seja sacado – provavelmente o argentino nem o chamaria).