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Passado, presente e uma boa perspectiva de futuro na LBF

Fábio Balassiano

08/05/2016 00h20

Foi um sábado pra lá de emocionante no ginásio Taquaral, em Campinas. As 2.500 pessoas que esgotaram os ingressos em menos de duas horas viram uma festa lindíssima do Jogo das Estrelas da Liga de Basquete Feminino que contou com belíssima homenagem ao time de 1993 da Ponte Preta campeão mundial (na foto acima estão Hermes Balbino, preparador físico, Maria Helena Cardoso, a técnica, Eleninha, sua assistente, e as atletas Paula, Hortência, Silvinha, Helen, Ruth, Roseli e Claudinha), com a vitória do Time Rainha Hortência contra o de Magic Paula (Nádia, na foto ao lado, foi a MVP) e com as de Tati Pacheco nos três pontos e Babi no Desafio de Habilidades.

Mais do que isso: foi um sábado maravilhoso em que todas as últimas gerações do basquete feminino se encontraram no ginásio Taquaral em Campinas. Vale dizer, desde já, que a cidade não tem um time profissional de basquete feminino há tempos e que os torcedores foram à festa em peso. Que eu me lembre, vi Micaela, Mamá, Geisa, Katia, Claudinha, Adriana Santos, Silvinha, Marta (jogava demais, nossa mãe!), Hortência, Paula, Ruth, Borracha, Lais Elena, Antonio Carlos Vendramini, Paulo Bassul e tantos outros que ajudaram a modalidade a crescer horrores nas décadas de 70, 80 e 90 (principalmente). Gente com conhecimento, com talento, com vontade de ainda auxiliar em alguma coisa no esporte.

Um dos momentos mais emocionantes pra mim foi quando vi Maria Helena Cardoso chegando ao ginásio com Eleninha, sua fiel escudeiro por mais de 50 anos. Faltava pouco tempo pro Desafio de Habilidades começar, as duas se encaminhavam aos seus lugares, mas algo aconteceu quando as duas pisaram no Taquaral e foram vistas por suas ex-atletas. Não andaram mais cinco metros. TODAS, sem exceção, saíram de seus lugares para falar com as esplêndidas treinadores. A isso se dá o nome de gratidão, não?

A gente não sabe exatamente quais serão os próximos passos da Liga de Basquete Feminino. Se ela (LBF) irá mesmo para dentro, em definitivo, da estrutura da Liga Nacional de Basquete (LNB) ou se tomará seu próprio rumo. Pelo que se viu neste sábado no ginásio Taquaral e pela necessidade urgente de renascer das cinzas, me parece bem óbvio que a Liga feminina precisa, sim, de um empurrão para sair da inércia e voltar a encontrar o bom caminho. Se hoje está na estaca zero em termos de desenvolvimento, organização e parte técnica, a modalidade das meninas pode olhar para a dos rapazes e ver o que no NBB conseguiu se transformar em tão pouco tempo.

O abraço da foto ao lado acaba sendo simbólico: Iziane, campeã da última LBF pelo Sampaio Corrêa e MVP das finais, foi formada pela brilhante Maria Helena Cardoso em seu antigo clube, o BCN. O abraço carinhoso e pra lá de respeitoso, visto do fundo por uma feliz Carina Felippus, representa as duas faces boas do basquete vistas nas duas últimas semanas – o time que colocou 13 mil pessoas em dois jogos finais do campeonato e uma das maiores formadoras de talentos (e de seres humanos) do basquete brasileiro. Precisa-se, urgentemente, que elas (estas boas faces) sejam mais vistas – e não ignoradas.

Quem gosta do basquete feminino precisa que as finais em São Luís (ginásio lotado) e o que vimos no Jogo das Estrelas deste sábado sejam mais regra do que exceção. E que nomes tão importantes da história do esporte (Paula, Hortência, Maria Helena Cardoso, Eleninha, Adriana Santos, Marta etc.) estejam inseridas na modalidade (e não marginalizadas). Quanto antes entender que precisa ser mais inclusivo, moderno e relembrando a memória de quem tanto fez pelo feminino, mais rápido sairá do estado em que se encontra.

O pulso, inacreditavelmente, ainda pulsa no basquete feminino.

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