"Kobe Bryant jamais havia defendido uma seleção norte-americana. Ele me disse que poderia contar com ele a partir de 2006. Depois daquele ano, Kobe me ligou duas ou três vezes para dizer para não esquecer dele, pois tinha o sonho de jogar uma Olimpíada pelo seu país. E estamos falando de um dos melhores jogadores de todos os tempos". A declaração é de Jerry Colangelo, o gerente-geral de seleções da USA Basketball. Ele me contou isso em Nova Orleans dois anos atrás sobre como foi a sua primeira conversa com Kobe para que o astro do Lakers defendesse a seleção americana.
Jerry, na verdade, não precisava apenas de um grande jogador. Jerry precisava, na verdade, de grandes símbolos, de grandes inspirações. A seleção norte-americana de 2004 era recheada de craques, mas faltou comprometimento, entendimento de que a imagem da seleção impactava diretamente no que a NBA seria como produto. Ex-dono do Phoenix, ele entenderia bem os dois lados da moeda. E tratou de trazer o cara mais comprometido de todos para seu lado. Com Kobe Bryant, Colangelo sabia que de falta de foco e de treinamento a seleção americana não sofreria.
Kobe, que poderia enfim ser treinado por Coach K (o treinador de Duke rejeitou uma oferta do Lakers de anos atrás), jogou três competições pelos EUA: o Pré-Olímpico de 2007 em Las Vegas e as Olimpíadas de 2008 e 2012.
Ao todo, 26 jogos e 26 vitórias, com 14,1 pontos de média, duas medalhas de ouro olímpicas e partidas memoráveis como a da final olímpica de Pequim-2008, 12 dos 20 pontos nos cinco minutos finais contra seu amigo Pau Gasol, da Espanha.