Pioneiro, lendário pivô Pipoka relembra passagem na NBA
Fábio Balassiano
25/03/2016 06h00
BALA NA CESTA: Qual é a emoção de voltar a Mogi das Cruzes para receber essa homenagem pelo título conquistado há 20 anos (1996)?
PIPOKA: Cara, olha só, o meu coração está batendo forte, que nem o de uma criança. É uma felicidade imensa estar aqui em Mogi de novo, com esse ginásio cheio, com essa festa linda e com meus eternos companheiros do meu lado. Estou me sentindo em casa e muito feliz mesmo
PIPOKA: Me sinto muito orgulhoso de ter feito parte dessa história e de ter contribuído ao menos um pouco para que o nome do Brasil entrasse na NBA. Vejo esses meninos hoje com muita felicidade. São 9, parece que é fácil, mas sabemos que não é assim, não. Cada um que chegou lá lutou muito, passou por muita coisa até chegar lá. Então é bonito ver que 25, 30 anos depois da minha chegada o nome do país está muito bem representado na melhor liga do mundo com tantos atletas de alto nível como os nossos que estão lá. Quanto mais jogadores puderem ter essa experiência, melhor pra nós. Eu sei o sentimento de alegria que esses garotos sentem.
PIPOKA: Não dá pra comparar com o que é hoje, e isso não é uma crítica. São tempos diferentes, e precisamos entender isso. A dificuldade para se chegar à NBA continua a mesma. Os atletas que conseguem chegar lá têm um nível diferenciado, algo diferenciado que faz com que as franquias da liga se interesse. Foi assim comigo e me sinto muito orgulhoso em relação a isso. Hoje em dia se há mais acesso à informação, há muito mais concorrência também. Os times da NBA olham pra todo mundo, então a competição é contra os americanos, os europeus, os asiáticos, os africanos. Não é mais ou menos difícil, mas sim diferente mesmo.
PIPOKA: O grupo é difícil, não há dúvida. Mas se nossos meninos e nossa comissão técnica estiverem focados, e certamente estarão, confio que faremos um belo papel nesta Olimpíada. Temos garotos novos e experientes com muita qualidade, e estou esperançoso em uma boa campanha. O que a seleção precisa ter em mente é que em uma competição assim tão curta é sempre um detalhe ou outro que faz a diferença para chegar ou não ao pódio. Minha geração viu isso na pele quando jogou muito bem em alguns jogos, e não tão bem em outros, acabando perdendo quando não poderia. Então estar concentrado o tempo todo, a todo instante, é fundamental. Ainda mais em um grupo assim tão complicado.
PIPOKA: Sou de Brasília, voltei pra lá depois de ter parado de jogar e sou professor universitário na capital do país. Dou aula de Educação Física e conto para meus alunos um pouco sobre a minha experiência de vida e de carreira. Um pouco do que vivenciei tanto nos clubes quanto na seleção. Eu transmito um pouco desse mundo do basquete de alto rendimento, mas gosto muito da parte de iniciação também.
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