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Título da LDB coroa brilhante trabalho de base do Pinheiros

Fábio Balassiano

14/12/2015 00h45

Foi a final, digamos, mais justa possível da Liga de Desenvolvimento de Basquete (LDB). Se o objetivo da competição Sub-22 é estimular o surgimento de novos atletas, nada mais bacana que a decisão que vimos ontem à noite. Em duelo envolvendo dois dos melhores clubes formadores do basquete brasileiro, o Pinheiros venceu o Minas por 81-78, sagrou-se campeão de forma inédita da competição em uma partida bem disputada, mas não tão bem jogada assim (tema para outro texto, prometo). Ganhar torneios de base nunca é algo que veja como essencial e/ou fundamental, mas a conquista de ontem merece um capítulo especial.

Antes de falar do Pinheiros, vale citar o Sport-PE, que ganhou o bronze ao vencer o Brasília por 69-58, e mantém ótimo projeto de basquete (da base ao adulto, que na temporada passada jogou a Liga Ouro inclusive), e o próprio Minas, cujo núcleo principal formado por Danilo Fuzaro, Léo Demétrio e Henrique Coelho (eles na foto) já tem tempo de quadra no time adulto inclusive (29,4, 22,2 e 31,9 minutos por partida na temporada 2015/2016 do NBB). Time adulto, do Minas, que é dirigido também pelo bom técnico Cristiano Grama (bem promissor aliás). São agremiações que fazem bom trabalho de base (o do Minas é excepcional) e que merecem os parabéns também.

Mas, bem, voltando a falar do campeão Pinheiros, que viu todo seu grupo de atletas jogar muito bem principalmente as duas fases finais. Pode parecer clichê, mas a conquista deste domingo não começou há pouco tempo, não. Vem lá de trás, vem de muitos anos, de um projeto de formação muito bem planejado e que revelou, entre outros, Bruno Caboclo (hoje na NBA) e os agora campeões Lucas Dias (MVP do torneio, pronto para voos mais altos no jogo adulto inclusive e tema de texto logo mais), Humberto, Georginho, Leo Bispo, entre outros (o outro titular, Gustavo Scaglia, bom jogador, foi contratado para esta temporada).

Mérito da, à época, diretoria liderada por João Fernando Rossi, atualmente presidente da Liga Nacional e que tinha, com ele, um grupo de profissionais de primeira linha. Naquela época ele buscou de todas as maneiras investir nos atletas e sobretudo na capacitação dos técnicos (algo esquecido por aqui, infelizmente). Entre eles cito (e certamente esquecerei de alguém) o técnico César Guidetti (foto), treinador também da equipe adulta, e Thelma Tavernari, uma das melhores formadoras de jogadores deste país (se este fosse um país que visasse a melhor formação do país o nome dela deveria estar em TODAS as rodas de discussão do tema).

Por isso o título do Pinheiros merece ser comemorado pelos atletas e aplaudido por nós, que acompanhamos e gostamos da modalidade. Não pela taça em si, que, insisto, na base vale muito pouco quando o assunto é basquete de base (o que vale, vale mesmo, é revelar garotos para o time de cima), mas sim por representar a coroação de um trabalho belíssimo, estruturado, planejado e coerente iniciado lá atrás, há quase uma década para ser mais preciso e justo.

O time pinheirense foi muito bem na LDB. A torcida, agora, é que essa garotada tenha espaço maior no time de cima (apenas Lucas Dias joga mais de 20 minutos no NBB) e que o brilhante plano de formação de atletas do clube continue de vento em popa.

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