As ideias de Ricardo Molina com os clubes comandando a seleção feminina
Fábio Balassiano
25/11/2015 06h04
RICARDO MOLINA: É simples, Bala. Que a CBB aprove o modelo de gestão onde será implementado o planejamento feito por ela, CBB, e executado pelo colegiado dos seis clubes da LBF de agora até os Jogos Olímpicos. É simples. Este colegiado tomará as decisões referentes à parte técnica sempre com a chancela do presidente Carlos Nunes, isso precisa estar claro. Desde a nova comissão técnica, culminando com as convocações ficariam com este colegiado. Se estas equipes estão na Liga é porque representam a elite do feminino, né? Temos os melhores técnicos, as melhores atletas e, principalmente, o comprometimento com a modalidade. Todos os clubes estarão na composição da comissão técnica. Assim, a possibilidade de errar se reduz muito. Não teremos vaidades e sim compromisso.
MOLINA: Seria se houvesse tempo. O feminino não tem representatividade nenhuma na Confederação. Nosso objetivo é o agora, é o já. É ter responsabilidade com a Seleção Brasileira que irá nos representar nas Olimpíadas para evitarmos um vexame. Você, que acompanha o Feminino, responda aí: quantos amistosos as meninas terão até os Jogos? Contra quem? Quando? Queremos ver este planejamento para executá-lo da melhor maneira possível pelo bem do nosso esporte. Não é pedir muito, é?
MOLINA: Nenhuma, nenhuma mesmo. Não queremos cargo, salário e muito menos gestão administrativa na CBB. Quanto a isso pode ficar tranquilo. Só queremos, e isso não é muita coisa, que a seleção brasileira feminina seja representada pelas melhores atletas e pelos melhores técnicos, evitando convocações direcionadas.
MOLINA: Sinceramente desejo que o Presidente Carlos Nunes, o qual respeito, aceite essa proposta. É pelo bem do basquete feminino. Só que a sua pergunta deveria ser outra: "Por que não aceitar?". É um modelo que pode ser replicado para outras modalidades, categorias. O presidente Carlos Nunes é inteligente e sabe que a proposta de "renovação" foi vexatória e que ele não deveria ter permitido isso.
MOLINA: Que fique claro. O ofício enviado à Confederação fala não somente nas atletas, mas principalmente de todos os profissionais vinculados aos nossos clubes. Fiquei muito feliz que todas as outras equipes estão finalizando o mesmo documento enviado pelo Corinthians/Americana à CBB, o que representa união ainda maior dos clubes que ainda fazem o basquete feminino deste país. Não temos o mínimo interesse em prejudicar nossos clubes, nossas atletas, mas também não temos mais tempo. Precisamos mostrar à torcida brasileira, patrocinadores, imprensa e entidades internacionais que temos, sim, basquete feminino no Brasil. Basquete feminino de qualidade, não este que foi feito nestes últimos dois anos. Vamos manter o movimento até que nossas demandas sejam atendidas.
MOLINA: Mais do que já foram? Perdermos parceiros, torcedores, equipes, atletas e principalmente o respeito. O que mais podemos perder?
BNC: Não sei. Por fim, e as atletas, como reagiram? Elas concordam com essa atitude?
MOLINA: No feminino, as atletas não se sentem seguras para se manifestar por medo que algo aconteça. E quando digo algo, é ter o nome cortado da seleção brasileira. Entendo a posição delas e esse movimento tem o objetivo de protegê-las.
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