No Paulista, mais um caso do amadorismo do basquete brasileiro
Fábio Balassiano
02/10/2015 01h50
O problema? Os bauruenses, que perdem por 0-2 (em embates realizados na semana do Mundial contra o Real Madrid, diga-se de passagem…), viaja para os dois amistosos na NBA (Wizards e Knicks) no próprio sábado (data do terceiro jogo). A diretoria de Bauru tentou trocar as datas, mas não teve sucesso (a Federação bateu o pé). No final da noite de ontem, de acordo com matéria do Globoesporte.com, a FPB cancelou o jogo 3 colocou Mogi direto na semifinal. Um escárnio.
2) A Federação Paulista tem noção que está comprando uma briga absurda com dois dos melhores times do Estado? Qualquer decisão que tome, agora, vai desagradar a Bauru ou a Mogi, cujos elencos são caríssimos e os investidores, fortes pra caramba. Tão amadora que é, a entidade não conseguiu planejar o calendário da única competição adulta de razoável nível que organiza mesmo sabendo desde agosto que os bauruenses iriam jogar na NBA e que os mogianos tinham a Liga Sul-Americana pela frente. Fica a pergunta: planejamento, alguém na Federação conhece isso?
3) A Federação Paulista tem culpa, sim, mas e os clubes? Desde quando sabiam dessa possibilidade? Se não sabiam, falharam ao não checar todas as possibilidades. Se sabiam, também por negligência ou falta de acompanhamento e alinhamento. Por que não pensaram e protocolaram algo para lhes resguardar? Bauru, me parece, é o que tem menos culpa neste cartório, mas não dá para eximir o clube de tudo, não. E não dá porque fica sempre tudo na base da palavra e quase nada é documentado. Absurdo o nível de amadorismo por parte das agremiações também, vocês vão me desculpar. O Campeonato Paulista perdeu muito de sua força devido ao crescimento do NBB. Eu mesmo acho que os estaduais deveriam acabar porque não servem mais para nada. Quando eles (estaduais) aparecem, normalmente é por causa de uma bizarrice como esta. Vale mesmo colocar times caros, como Bauru e Mogi, para passar por essas e outras situações deprimentes, como jogar em ginásios sem a menor condição, por exemplo? Vejam as situações dos ginásios dos times que jogaram o Paulista (os que estão fora do NBB) em relação a aros, pisos, arquibancadas, acessos, entre outras coisas.
5) Por fim: a Confederação Brasileira ficará fingindo que não tem nada a ver com isso? A Federação Paulista é uma de suas afiliadas, né? Bauru representa o Brasil na NBA, certo? Mogi representa o Brasil na Liga Sul-Americana também, correto? Não vale Carlos Nunes pegar o telefone e falar com os responsáveis para tentar aparar as arestas? Duvido que ele vá fazer isso, até porque seu telhado é de vidro (se é que há telhado ainda…), mas esta seria, sim, uma atribuição dele.
Não adianta muito que a Liga Nacional tenha colocado grande parte das coisas nos eixos. Enquanto os clubes continuarem a pensar de forma tão rasteira, tacanha até, o necessário salto qualitativo que o basquete precisa dar não vai acontecer, não.
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