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Felipe Reyes exalta temporada perfeita do Real Madrid e já mira Rio-2016

Fábio Balassiano

30/09/2015 01h47

Aos 35 anos, Felipe Reyes representa como poucos o madridismo. Dono de comportamento exemplar, Don Felipe, como é conhecido, é o jogador mais antigo de um elenco que conquistou tudo de uma temporada pra cá, o capitão da equipe e homem de confiança do técnico Pablo Laso. Escalado para conter Rafael Hettsheimeir junto com Gustavo Ayón na partida de domingo, Felipe, que foi o último a sair da quadra por causa das infinitas fotos tiradas com torcedores brasileiros, conversou com exclusividade com o blog sobre sua trajetória no Real, o recente título do EuroBasket, o jovem Luka Doncic (16 anos) e também sobre o Rio-2016. Confira!

BALA NA CESTA: Qual a sensação de ganhar todos os títulos possíveis em uma única temporada?
FELIPE REYES: Muito contente, muito feliz de estar acontecendo isso. Estou em minha décima-segunda temporada com o Real Madrid e conseguir o que conseguimos desde o ano passado é realmente impressionante. Foi uma temporada incrível, perfeita, de sonho, muito difícil de repetir e que certamente não aconteceu com tanta gente assim no basquete mundial. Me sinto orgulhoso de fazer parte deste elenco.

BNC: Vocês ganharam tudo na temporada passada, mas jogam em um clube grandíssimo e que sofre uma pressão imensa. Como é para a cabeça de vocês tentar repetir este feito difícil de ser alcançado?
REYES: Olha, boa pergunta. Primeiro tem uma coisa: sempre que saímos à quadra para jogar com a camisa do Real Madrid não há outra escolha que não ganhar. Muita gente dizia que não daríamos a devida importância ao Mundial Interclubes e você está vendo aí a festa dos meus companheiros. Representamos uma instituição de âmbito mundial e sabemos que precisamos manter a marca Real Madrid no alto sempre. É algo que a diretoria sempre faz questão de falar e que tento, como capitão e um dos mais experientes do grupo, reforçar sempre com meus companheiros. É uma honra jogar no Madrid e temos que representar a instituição sempre dando o máximo na quadra. Mas sua pergunta faz todo sentido porque sabemos que é uma missão difícil ganhar tudo em uma temporada. Repetir, mais ainda. Só que traçamos como meta repetir o que alcançamos na temporada passada, não nos conformando com o que já alcançamos. A verdade é que no esporte o já conquistado não garante nada para o futuro e se conformar pode ser o maior pecado cometido por um esportista. Se estamos aqui é para ganharmos o maior número de títulos de agora em diante.

BNC: Neste domingo você começou jogando e ficou claro que seu trabalho era incomodar o Rafael Hettsheimeir ao máximo. Foi sua principal missão em quadra?
REYES: Pablo (Laso, o técnico) queria que Ayón (o pivô mexicano) e eu déssemos um pouco mais de trabalho a Rafael do que o que ele tinha tido na sexta-feira. É um grande jogador, mas todos nós sabíamos que teríamos que fazê-lo trabalhar duro para conseguir seus pontos. Não que ele não fosse conseguir, mas que tivesse ao menos mais dificuldade para chegar aos seus números. Tentei trazer energia e intensidade na defesa desde o começo e deu certo. Sabíamos que seria muito difícil vencer aqui porque Bauru tem uma equipe excelente e não treinamos absolutamente nada para este campeonato. É o mesmo núcleo, é verdade, mas desde a final da Liga ACB passada que não nos víamos como um time. Não é fácil, acredite. Não conhecíamos Bauru, não sabíamos exatamente como eles jogavam e sendo bem sincero para você foi um choque vê-los jogando um basquete tão criativo, inventivo, como foi o de sexta-feira. Não é algo fácil de marcar, não.

BNC: Jogar no Brasil um ano antes da Olimpíada que provavelmente será a sua última competição com a camisa espanhola te traz algum gostinho especial?
REYES: Comentei isso com o grupo antes de vir ao Brasil. São competições e cenários completamente distintos, mas espero vir ao Brasil em 2016 para, quem sabe, encerrar um ciclo maravilhoso com a seleção espanhola. Não se sabe de nada ainda, há uma temporada pela frente e depois a convocação, mas estou animadíssimo em poder defender a seleção na Olimpíada em 2016. Tomara que consiga. O público no ginásio foi incrível, deu para vê-los pulando e vibrando com o basquete. O Brasil é conhecido pelo seu futebol, mas vimos aqui que o basquete também é querido pelos torcedores.

BNC: Por fim, uma pergunta sobre Luka Doncic. O que pode dizer deste jovem de 16 anos que já faz parte do time principal?
REYES: É um jovem de muitíssimo futuro, que tem um potencial imenso e que vai crescer muito nos próximos anos. Tentamos falar com ele o máximo de coisas que já passamos, ele nos escuta e isso certamente ajuda muito. Mas tentamos não colocar muita pressão nele pois sabemos que isso não ajuda em nada. É um garoto excelente e bem acima da média para a sua idade. Só o tempo dirá até que nível conseguirá chegar. Sem pressão.

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