O craque Sergio Llull, o ídolo do Real Madrid que recusou proposta da NBA
Fábio Balassiano
28/09/2015 12h47
SERGIO LLULL: A verdade é que sabíamos que seria complicado, mas não conhecíamos muito da equipe de Bauru. Grande parte deste time jogou o EuroBasket até o domingo anterior a este Mundial Interclubes e só conseguimos começar a estudar Bauru na segunda-feira. Depois de sexta-feira algumas situações de jogo ficaram mais claras para nós, principalmente na defesa do jogo exterior de Bauru, e conseguimos sair com o título de São Paulo. Era muito importante para nós e quero deixar meus sinceros parabéns a Bauru. Jogou muito bem os dois jogos e sua torcida fez uma festa maravilhosa nos dois jogos. Foi um tremendo adversário do começo ao fim.
LLULL: Não é algo que estamos acostumados realmente. Bauru tem um time bastante completo, com muitas opções e seu jogo exterior é incrível. Tem atletas que chutam muito bem de fora e isso causa enorme dano à defesa adversária. Na sexta-feira principalmente foi assim. Lembro que comentamos no hotel depois da partida que houve momentos em que os cinco jogadores deles estavam fora do garrafão. É algo raro de ver na Espanha ou na Euroliga, mas é excelente para ver que não há só uma maneira de jogar basquete também.
BNC: Você consegue diagnosticar o que mudou de sexta-feira para domingo?
LLULL: A atitude defensiva. Certamente a defesa de perímetro foi o que mais falamos depois do primeiro jogo. Sabíamos que para conquistar o Mundial teríamos que colocar Bauru com menos de 80 pontos. E foi o que conseguimos neste domingo. Eles fizeram 79, ficou dentro do que colocamos como meta. Na sexta-feira tivemos um lapso mental em três, quatro minutos, algo natural para um começo de temporada mas que não pode acontecer neste nível, e pagamos um preço caro.
LLULL: Algo especial, indescritível, e que sabemos que será difícil de repetir. Trabalhamos muito e sofremos muito para conseguir isso. É maravilhoso saber que você é considerado o melhor time do mundo fora a NBA. A temporada que começa agora será ano muito exigente, em termos físicos, para todos nós, mas colocamos como desafio para nós mesmos repetir o que conseguimos em 2014/2015. Seria magnífico chegar a agosto de 2016 com o mesmo gosto que estamos sentindo agora. Difícil? Seguramente que sim. Impossível? Não.
LLULL: Obviamente que quando soube que jogaríamos contra Bauru eu tentei coletar informações sobre ele da melhor maneira possível. Mas estudar é uma coisa e jogar, outra. Fischer jogou muito bem e impressionou a todos com seu ótimo jogo ofensivo. É jovem e tem muito a crescer. Nos deu muito trabalho em toda a série e foi um dos caras que mais nos preocupamos nos ajustes de sexta-feira para cá. Seu arremesso é muito bom e sua jogada de pick-and-roll também é ótima.
LLULL: Agora eu só penso em cuidar do meu tornozelo, porque está inchado e doendo bastante (risos). Mas falando sério: claro que penso. Será uma competição incrível, e certamente um momento importante para uma geração de jogadores que pode ser que se despeça da seleção. Falo, claro, de Pau Gasol, Juan Carlos Navarro, Felipe Reyes, jogadores históricos espanhóis que conquistaram tudo e que ainda jogam pelo país como se fossem garotos. O Rio de Janeiro é uma cidade linda e estamos animados em defender nossa medalha lá.
LLULL: Sim, é bem simples. Em Madri eu sou feliz. É clichê, mas eu sou torcedor do Real Madrid desde criança e jogar neste clube para mim é uma honra imensa. Ninguém garante que na NBA eu seria feliz e disputaria tantos títulos como acontece comigo no Real Madrid. É algo que não me arrependo e que está muito em paz na minha cabeça. Não há nada para me preocupar, não.
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