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Real Madrid finaliza ano perfeito com título Mundial contra Bauru

Fábio Balassiano

27/09/2015 18h42

Foi um domingo de basquete pra ninguém botar defeito. Depois de quase dez anos sem basquete em competições oficiais (o último jogo fora a final do Mundial Feminino de 2006 entre Rússia e Austrália), o Ibirapuera ferveu com a partida de sexta-feira e com o segundo duelo entre Bauru e Real Madrid na manhã (quente) de hoje.

No final das contas, vitória maiúscula do Real Madrid por 91-79 contra uma aguerrida equipe bauruense para assegurar o título do Mundial Interclubes. Os merengues coroaram o ano perfeito (títulos da Copa do Rei, Liga ACB, Euroliga e Supercopa espanhola) e comemoraram muito o troféu na quadra (pra quem dizia que os europeus não davam valor algum ao evento…). Além disso, foi o quinto título intercontinental do Real, que vencera pela última vez em 1981 justamente no Ibirapuera. Vamos a alguns pontos:

1) O primeiro período foi decisivo no que vimos nos 30 minutos restantes. O Real começou voando, abriu 10 pontos de cara, fechou a primeira parcial com 24-15, mostrou que estava faminto por mais um troféu e obrigou Bauru a correr atrás. Se desgasta jogar contra os merengues à frente do placar, imagina buscando reverter a desvantagem no duelo quase todo. Cansa ainda mais – mentalmente sobretudo.

2) Só que mesmo assim Bauru tirou forças e conseguiu equilibrar a peleja. Jogou bem o segundo período (de novo com a formação tendo Leo Meindl e Rafael Mineiro em quadra), tirou a vantagem, foi para o intervalo perdendo de 9, mas logo no começo do terceiro período empatou o jogo. Estava, lembro bem, 53 iguais ali pela metade do terceiro quarto quando Bauru teve três chances seguidas de passar à frente. Errou ataques seguidos, permitiu que o Real abrisse vantagem (13-4 na sequência final dos últimos quatro minutos) e não mais conseguiu encontrar os merengues.

3) Voltarei a falar de Bauru com mais profundidade amanhã, mas que partida esplêndida fez Ricardo Fischer (agora mais do que nunca monitorado por times europeus). O jovem armador teve, obviamente, dificuldade contra Sergio Llull na defesa (quem não tem?), mas terminou com 26 pontos e 6 assistências. Uma atuação pra lá de excepcional de um jogador que cresce a cada dia. Alex (14) e Hettsheimeir (17 apesar dos 3/13 nos chutes) também foram bem.

4) Na coletiva pós-título Llull disse que a saída para o Real Madrid vencer o jogo 2 seria conter Bauru a menos de 80 pontos. Os bauruenses fizeram 79. Mas além da forte defesa merengue, que marcou muito melhor no perímetro (10/28 do rival de fora) e viu o adversário não tentar construir muitas situações no jogo interno, outro fator chamou a atenção: os rebotes ofensivos. Os espanhóis tiveram 14 no ataque (Ayon pegou 8 rebotes ofensivos) e anotaram 15 pontos em segundas oportunidades. Bauru, por sua vez, teve 5 rebotes ofensivos, com 2 pontos pós-rebotes. Em uma partida contra um rival tão forte, dar chances seguidas de ataque não é recomendável.

5) Sobre Sergio Llull, o MVP do torneio, a pergunta óbvia: de onde saiu este cara? O armador é um carrapato na defesa, tem rapidez no ataque e ainda melhorou demais seu arremesso. Tem o famoso pacote completo e joga com uma seridade de dar gosto. Terminou com 20 pontos, 6 assistências e 5 rebotes. Isso com o tornozelo torcido (na coletiva ele não conseguia andar direito e estava com o pé visivelmente inchado). Além disso, Sergio Rodriguez, seu companheiro de armação, foi expulso ainda no primeiro tempo após reclamar loucamente com a arbitragem. Ficou tudo com o camisa 23. Sem problemas, ele chamou a responsabilidade e resolveu. Llull é um cracaço (e estará aqui amanhã em entrevista exclusiva).

6) Por fim, vale dizer: Bauru caiu de pé. Pegou o melhor time da Europa duas vezes pela frente e fez ótimo papel. Muita gente imaginava uma surra, mas isso esteve bem longe de acontecer – muito pelo contrário, pois os bauruenses tiveram chances de terminar com o caneco do torneio. Ademais, o Real Madrid veio com o time campeão europeu inteiro, reforçado (com os jogadores que chegaram para a temporada) e absurdamente motivado. Fez ótimo papel o time de Guerrinha, representando bem o basquete brasileiro e mostrando que há, sim, qualidade por aqui (embora obviamente em menor nível que na Europa). Olhem que bacana: com exceção do primeiro período de hoje, o Real fez 157-155 contra Bauru em 70 minutos de jogo. Acho este um ÓTIMO índice.

Viu o jogo? O que achou?

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