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Em novo vexame, Brasil está fora da Copa América - quais os erros?

Fábio Balassiano

04/09/2015 19h00

Foi mais um jogo tenebroso da seleção masculina na Copa América. Não precisa dizer muito quando você olha o placar e vê uma equipe deste país perder de 89-72 do possante Panamá, time não mais que medíocre e que faz a festa em cima da defesa da equipe de Rubén Magnano. Poderia, mais uma vez, citar os números, falar que o ataque foi sofrível e que a marcação parecia uma peneira, mas a análise precisa ser ampliada, amplificada. A eliminação (mais uma) na primeira fase da Copa América já diz tudo e merece ser bem discutida por todos que gostam da modalidade por aqui.

Para começar, o intrigante de mais este vexame do basquete brasileiro é: como, com um elenco praticamente igual (saíram Rafael Hettsheimeir e Larry Taylor e entraram Marquinhos, Deryk Ramos e Giovannoni), a seleção jogou tão pior que no Pan-Americano? O mais (insisto na palavra) intrigante é tentar entender como o rendimento foi tão discrepante assim com um elenco idêntico.

Isso é algo que eu sinceramente tento, mas não consigo. E aí não é criticar apenas o treinador, não. Seria muito fácil (e idiota também) dizer que a culpa é só de Magnano. Não, não é. Ele tem culpa, claro. É o comandante do time que naufragou na Cidade do México e merece ser responsabilizado por isso. Mas analisar o resultado e lançar fogo única e exclusivamente contra o cara eu não concordo (muito menos em pedir a sua cabeça a menos de 12 meses da Olimpíada). Perder faz parte do esporte. O 'COMO' para mim é o que angustia. O Brasil perdeu, e perdeu jogando mal com uma série de erros básicos, banais, de fundamentos que estes caras sabem fazer (bandejas, passes, cortes etc.). A maior parcela da "conta" pode ir para o líder, mas deve, sim, ser dividida com seus comandados no meu modo de ver as coisas.

Alguns falarão que o nível da competição (Copa América) é mais alto (que o do Pan), no que obviamente concordo, mas as derrotas do Brasil não vieram para Canadá ou Argentina, equipes que são sabidamente boas e/ou com jogadores acima da média (Andrew Wiggins ou Luis Scola). O time de Rubén Magnano (que merece, sim, ser questionado por todos aqueles que não sabem apenas bajular – e há um grupo imenso de bajuladores por aqui, sabemos bem…) perdeu de seleções não mais que medianas (Uruguai, Panamá e México). Repetindo: de Uruguai, Panamá e México, que NUNCA estiveram nem no segundo escalão do basquete mundial.

Não questiono, tampouco, a convocação. O Brasil foi com (insisto de novo nisso) com basicamente o mesmo time do Pan-Americano e praticamente com a força máxima disponível. E, com todo respeito, não dá para perder do Uruguai ou do Panamá. Elenco por elenco, colocando os nomes no papel, não dá com qualquer selecionado brasileiro que se faça. E não custa lembrar: no Pan o Brasil venceu os Estados Unidos e o Canadá, né? São elencos PIORES que os de Panamá e Uruguai? Óbvio que não.

Por fim, e isso é algo que precisa também ser avaliado por quem gosta e quer ver bem o basquete neste país. Houve um hiato de bons resultados internacionais muito grande (o período sem ir a Olimpíada) para a modalidade. Todos se recordam deste período, certo? Com ele o querido basquetinho foi afundando, afundando. Agora que está tirando a cabeça do fundo do poço graças ao bom trabalho da Liga Nacional de Basquete precisa, sim, jogar bem em toda e qualquer competição internacional para "chancelar" esta subida de qualidade.

Por isso QUALQUER competição da seleção vale a pena. Para ratificar uma nova fase da modalidade e porque aqui no país TODOS os esportes olímpicos (não futebol) PRECISAM estar fortes na seleção para serem minimamente notados por torcedores, imprensa e patrocinadores. É um raciocínio que eu nem concordo muito, mas que acontece por aqui há 500 anos. Podem ter certeza que quem perde muito com o que se viu no México é o basquete brasileiro como um todo, e não só os 20 integrantes da seleção masculina que lá estiveram.

O fato final e triste até dizer chega é que o Brasil volta das duas últimas Copas Américas com uma única vitória em oito jogos, sendo 0/4 em 2013 na Venezuela e 1/3 na de 2015 no México. Não é questão de caçar as bruxas, mas sim de procurar os erros, compreendê-los e aprender para evoluir para os próximos anos. Para isso, é preciso humildade para sentar, analisar e verificar que houve, sim, um punhado de equívocos.

Viu os jogos da seleção na Copa América? Muito abaixo do esperado, né? Comente aí!

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