E Rubén Magnano disse ao Jornal O Globo: "Na situação de hoje, não temos respostas (a Fiba só irá confirmar se o país-sede terá direito á vaga no fim de junho). Quando não temos respostas, você faz o quê? Prepara-se para o pior. Temos que ter plano A e plano B. Então temos que pensar em ir ao Pré-Olímpico para ganhar uma vaga. Mas só tem duas vagas para as Américas. Hoje é muito complicado fazer uma programação sem ter essa resposta. Eu vou viajar para visitar os jogadores nos Estados Unidos. E eu o que falo com eles? É um momento muito confuso para o nosso planejamento.".
O treinador da seleção brasileira masculina, coberto de razão, falava sobre o planejamento para 2015 (e também 2016) de sua equipe. Sem ter a confirmação da vaga para o Brasil (o país-sede), numa clara queda de braço entre Federação Internacional e Confederação Brasileira (mais uma, na verdade), Magnano está literalmente em uma sinuca de bico.
Muito se tem especulado, mas ninguém crava ao certo o motivo pelo qual a FIBA tem deixado tão incerta a presença brasileira no basquete no Rio-2016, mas o fato é que Magnano está certíssimo ao afirmar que isso atrapalha o planejamento (e eu concordo muito quando ele diz a frase "Quando não temos respostas, você faz o quê? Prepara-se para o pior").
Até onde me constava o ano de 2015 seria utilizado por Magnano e Confederação para dar uma descansada em suas principais estrelas que jogaram na Copa do Mundo de 2014 (os mais experientes de NBA, Europa e NBB), abrindo espaço para jovens serem testados tanto em Pan-Americano quanto em um Pré-Olímpico que até o final do ano passado todos consideravam que seria mera formalidade pois o Brasil teria mesmo a vaga nas Olimpíadas de 2016.
Seria, portanto, uma forma de poupar Nenê, Splitter, Anderson (este agora lesionado), Huertas, Leandrinho, Alex, Giovannoni, entre outros, e ver como Ricardo Fischer, Cristiano Felício, Leo Meindl, Henrique Coelho, Bruno Caboclo e Lucas Bebê se sairiam com a camisa amarela. Laboratório em 2015, descanso para a turma mais experiente chegar com todo gás em 2016 e tudo nos conformes para a última competição desta talentosa geração brasileira que vai se despedir da equipe nacional no próximo ano.
Sem a vaga (ou a confirmação prévia dela), tudo muda de figura. Rubén Magnano terá que começar o seu périplo na NBA para conversar com os jogadores da liga norte-americana e sentir a temperatura de uma turma que poderá vir a jogar em três finais de temporadas seguidos (2014, 2015 e 2016) para aí sim fazer uma convocação para uma competição que pode ser muito emblemática. Trabalhando com o pior cenário, caso a FIBA bata o pé e diga que de fato o Brasil não tem vaga garantida, a seleção masculina entraria em quadra sufocada para garantir uma das duas vagas para as Olimpíadas em casa de uma modalidade que não pode nem pensar em ficar fora dos Jogos de 2016 no Rio de Janeiro (imagine a tragédia que representaria a ausência para a popularização o esporte em si, NBB e LBF).
O mesmo raciocínio vale para as meninas, com o agravante que no Pré-Olímpico do Canadá só há uma vaga garantida. Sinceramente acho que, devido às circunstâncias que se apresentam não há outra alternativa a se fazer que não convocar os melhores e disputar as vagas olímpicas com o melhor elenco possível.
Até que a FIBA confirme a sua posição, e a entidade máxima do basquete mundial vai prolongar ao máximo a agonia da Confederação Brasileira, podem ter certeza, o planejamento precisa ser em garantir na quadra algo que poderia ter sido garantido pelo fato de o país ser a sede dos Jogos.
Não era o planejado, está longe de ser o desejado, mas neste momento de incerteza quanto a vaga convocar os melhores é absolutamente irracional trabalhar com outra hipótese. Até que tenhamos outra informação, o básico parece ser que a CBB use o Pan-Americano para a molecada ganhar rodagem e o Pré-Olímpico para os experientes sacramentarem a presença do país nas Olimpíadas.
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