Revelação, Leo Meindl mira título por Franca e sonha com NBA
Fábio Balassiano
09/03/2015 06h04
Nascido na cidade, conhecendo todos no ginásio, Leo conversou com o blog sobre a crise financeira pela qual passa o basquete de Franca, sua carreira, seus planos, sonhos e muito mais. Confira!
LEO MEINDL: São emoções parecidas. Sempre tive vontade de participar de uma festa dessas e estou realizando este sonho. Além disso, sempre quis jogar com meu pai, de vê-lo mais de perto em quadra. Todo filho de atleta sonha com isso. O André, filho do Valtinho, está realizando isso com ele agora. Não participei com ele, mas vê-lo em quadra já é ótimo. Muito feliz por isso. Tinha vontade de jogar o Desafio de Arremessos com ele, mas isso não partia de mim. Ele estava feliz e é isso que importa.
LEO: Um dos pontos chaves que eu precisava mudar para me tornar um atleta mais efetivo era a parte física. Isso estava muito claro para mim e procurei, nas férias, me preparar para começar bem esta temporada 2014/2015. Ainda tenho que melhorar muita coisa, da parte técnica a física, mas eu queria dar um passo a mais, ir além do que tinha ido no NBB passado. Melhorei muito fisicamente, perdendo peso, ganhando massa muscular, mas sei que ainda não cheguei no meu auge. Posso e irei melhorar nisso também. Vejo-me em uma crescente grande e estou feliz de estar fazendo um bom NBB por Franca. A mudança basicamente foi esta. Psicologicamente eu já me sentia preparado, me sentia bem em quadra. Já tinha, desde o ano passado, noção do que deveria fazer, dos momentos em que eu deveria atacar a cesta e outros que não. A grande chave mesmo foi a parte física.
LEO: Busquei melhorar a alimentação através de um nutricionista. Queria perder gordura e ganhar massa. Ainda não cheguei no que preciso, mas já deu uma boa melhorada em relação a temporada passada. Na parte física a mesma coisa. Também faço treinos com elástico para fortalecer as pernas, essas coisas. Tudo o que puder fazer para melhorar eu irei tentar. Não dá pra pensar diferente no basquete profissional.
LEO: Olha, vou te dizer. Ele me assustou muito positivamente. Quando o Mata foi contratado eu pensei que ele seria mais na dele, até um pouco arrogante por se tratar a estrela do time. A gente sempre pensa isso, né? Mas não é nada disso. Muito pelo contrário. Ele me ajuda, me passa conselhos, é um cara totalmente de grupo, que faz tudo pensando na equipe e isso é fantástico para todos nós. Contar com o talento dele é excelente. Contar com os conselhos dele no dia a dia, ainda mais. Estou aprendendo muito com ele e tento também passar algumas coisas para ele sobre a cidade e a equipe.
LEO: Acho que ofensivamente eu posso fazer a infiltração mais forte. Nas bolas perto da cesta eu às vezes dou uma passada muito longa. No ataque é isso que preciso melhorar. Na defesa todos os jogadores precisam melhorar no um contra um. E eu não sou diferente. Já melhorei nisso, mas posso desenvolver ainda mais a questão de antecipação de passe, de tirar a linha de passe.
LEO: Fiquei sabendo, sim, de alguns boatos sobre Draft, mas nada de concreto. Isso eu deixo na mão dos meus agentes. Se a gente ficar se preocupando com tudo o que houve perde concentração, é terrível. Tento fazer o meu melhor. Estou em um bom campeonato e deixo que essas coisas de futuro aconteçam naturalmente. Dizer que espero não fazer parte do Draft ou da NBA seria mentira da minha parte, mas tento fazer o que eu posso fazer – treinar, treinar e treinar. Jogar na NBA é um sonho grande que espero realizar. Quem sabe um dia…
LEO: Com o Caboclo, não. Só o conheço de jogar contra e não nos falamos tanto. Já com o Lucas, sim. Atuamos em seleções de base juntos, somos amigos e conversamos algumas vezes, sim. Ele me passa que os treinos são muito fortes, que a preparação é muito intensa e sempre passa pra mim que é um sonho que não é tão distante assim. Ele sempre me diz para eu treinar pesado, duro, que posso chegar.
LEO: Sem dúvida que sim. Não estou pensando em sair agora, isso realmente não está no meu radar. Tenho objetivos, sonhos, mas nada realmente concreto. A situação daqui está complicada pra nós. Financeiramente tivemos problemas, mas tem melhorado. Esportivamente é ainda mais difícil, pois há tempos o Franca Basquete não ganha nada (desde 2007). Quero muito dar este título ao Franca, a cidade, mas principalmente duas pessoas que me apoiaram e seguem me apoiando bastante – meu pai e o técnico Lula Ferreira, que desde que chegou aqui só me passa coisas boas e muita confiança. A curto prazo é isso. Ser campeão ao lado de pessoas que gosto tanto. Depois disso, quatro cinco anos pra frente, é pensar em estar na NBA, com espaço, confiança. Vou lutar muito para conquistar todos os meus objetivos.
LEO: Sempre gostei e sigo gostando muito de jogadores técnicos, dos que usam muito a cabeça e a habilidade para atuar. Gosto muito do Kevin Durant, do LeBron James, mas na minha fase de transição da base para o adulto o cara que eu mais olhei foi sem dúvida o Manu Ginóbili, do San Antonio Spurs. Além da parte técnica dele, que é incrível e todo mundo nota, ele pensa no grupo ao invés de pensar só nele, tem sempre o ideal coletivo na frente. Isso chama muito a atenção também.
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