Executivo do Raptors: 'Caboclo e Bebê precisam de tempo pra se desenvolver'
Fábio Balassiano
23/02/2015 03h20
* O Blogueiro viajou a convite do Canal Space
Masai conversou comigo por quase 10 minutos sobre a franquia, sobre o desenvolvimento da NBA na África, a fase de seu time e, claro, sobre Bruno Caboclo e Lucas Bebê, os brasileiros de seu time.
MASAI UJIRI: A palavra-chave para eles é essa mesmo que você usou – desenvolvimento. Precisa de tempo, precisa de treinamento e é nisso que estamos focando com eles. Primeiramente na parte física. Ambos precisam estar muito mais fortes para aguentar o ritmo de uma temporada da NBA. São muitos jogos, viagens, não é fácil para ninguém. Fora isso, há a questão técnica, que obviamente é muito forte e eles vão precisar desenvolver bastante. Para ambos não estão descartadas novas idas para a D-League, para que ganhem ritmo de jogo e coloquem em prática o que estão treinando (Nota do Editor: A entrevista foi feita no domingo e na quarta-feira Caboclo foi enviado para a D-League).
MASAI: É difícil dizer o que um jogador vai te trazer – e em quanto tempo irá trazer. Não depende só da franquia. É uma via de mão dupla. Dentro das nossas possibilidades damos tudo – treinamento físico, técnico, alimentação adequada, professor para o inglês. Nós sabemos o que o jogador precisa e o atleta precisa responder, precisa mostrar o que e o quanto quer. Temos feito trabalhos específicos com ele, com o Lucas também, mas isso vai muito de cada jogador. Kyle Lowry, por exemplo, antecipou o final de sua lua-de-mel porque sentiu necessidade de treinar. E ele está jogando o All-Star Game este ano. Você me entende? Não há muito segredo nisso. Quanto mais se treina, maiores serão suas chances de chegar mais longe. Não é uma regra, não é uma fórmula perfeita, mas via de regra funciona assim mesmo. Mas, voltando, sendo muito sincero para você: ainda vai levar um tempo para que eles se desenvolvam. Um tempo mais. Quanto tempo? Não sei lhe dizer com certeza. Torço muito para que eles fiquem prontos para o jogo de alto nível que é a NBA o quanto antes. É o que todos esperamos deles. Todos apostam muito neles.
MASAI: Não tenho medo disso. É algo que já me peguei pensando várias vezes, mas hoje em dia eu só penso quando vocês jornalistas me perguntam a respeito (Risos). Bruno não tem 20 anos e sabíamos, desde quando o vimos pela primeira vez no Brasil, que demoraria a entrar na rotação do Toronto. Ele vem de outro país, outra cultura e é complicado inserir um menino em um time que já briga por playoff como o nosso.
MASAI: Entendo o que você diz. Em poucas palavras: a NBA é um negócio, as coisas andam depressa. O mercado de transferências hoje é muito frenético e as respostas, tanto dos atletas, quanto dos técnicos e também de nós, executivos das franquias, precisam ser cada vez mais rápidas e precisas. Não iremos pressionar o Bruno, mas nossa expectativa é que ele se torne parte efetiva do elenco do Toronto Raptors muito em breve. Para isso ele precisará desenvolver suas habilidades e ficar mais forte mentalmente e fisicamente. Cada dia no ginásio para ele é um aprendizado. Temos conversado muito com ele e seus agentes sobre isso.
MASAI: É totalmente possível. Somos um bom time. Começamos muito bem, demos uma caída natural mas agora voltamos a jogar bem. O trabalho do Dwane Casey (o técnico – na foto à direita) é consistente e traz muita confiança aos atletas. Acredito que há seis times que podem vencer a conferência Leste – e estamos entre eles. Não dá para cravar nada, nem para cima e nem para baixo, mas pode ter certeza que iremos brigar muito forte para chegarmos longe.
MASAI: O Draft já começou. Não posso falar muita coisa sobre isso (Risos).
BNC: Para fechar. Na entrevista coletiva do All-Star Game o Adam Silver falou sobre o primeiro jogo da NBA na África (em primeiro de agosto). Será uma exibição, mas é um começo. Você vem de lá, tem origens africanas. O que isso representa?
Sobre o blog
Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.