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Na defesa, o grande mérito de Bauru na vitória contra o Flamengo

Fábio Balassiano

31/01/2015 11h58

Foi um dos melhores jogos do NBB. No segundo capítulo do embate mais esperado da temporada 2014/2015 do NBB, Bauru e Flamengo fizeram um ótimo espetáculo no Panela de Pressão, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira.

Consistentes, os bauruenses venceram por 92-84, bateram o forte rival pela segunda vez seguida, conquistaram o simbólico Troféu Cláudio Mortari (homenagem ao primeiro técnico brasileiro campeão mundial – ele na foto ao centro), alcançaram a 15a vitória seguida e mantiveram a liderança do campeonato com incríveis 18-2.

E o grande mérito de Bauru, coletivamente falando, foi ter mantido o fortíssimo ataque do Flamengo novamente abaixo da casa dos 85 pontos. O time de Guerrinha segue sem tomar 90 pontos no campeonato e na noite de ontem forçou o rival a 14 erros, roubou 12 bolas e conseguiu segurar três figuras centrais do esquema de José Neto (Marquinhos, este voltando de lesão, Marcelinho e Walter Herrmann) abaixo dos dez pontos (e isso é incrível!).

Muita gente fala do lado ofensivo bauruense, que de fato é fortíssimo, mas nos jogos grandes, nos jogos complicados as vitórias têm vindo mesmo é pela sanha defensiva (Franca, São José, Paulistano e duas vezes contra o Flamengo). Com isso o time tem tido tranquilidade para atacar e para, até, tentar arremessos mesmo sem estar nas melhores posições/condições para tal (o que é, obviamente, pouco recomendável). Tanta tranquilidade que no meio do quarto período, com a vantagem em 20 pontos, fez uma série de besteiras com a bola na mão que colocou o rival a nove (a diferença não baixou disso após dois pedidos de tempo seguidos de Guerrinha).

Pelo lado do Flamengo é claro que há preocupação. O time não tem feito bons jogos depois da volta dos amistosos na NBA, perdeu duas vezes para o principal candidato ao título do torneio nacional e terá que jogar sempre com o pé no acelerador em duas competições bem distintas (NBB e Liga das Américas). Herrmann ainda não está bem, Marcelinho, que nunca foi um exímio defensor, tem ficado para trás com muita facilidade e o garrafão tem estado muito frágil defensivamente (ontem foram 13 rebotes ofensivos cedidos). Se ano passado a marcação ditava o tom do time de José Neto, nesta temporada o setor defensivo inspira cuidados. Uma boa alternativa seria dar mais e mais minutos a Vitor Benite e Olivinha, que ontem marcaram muito bem, somaram 16 e 15 pontos e foram os responsáveis por reduzir a diferença do time do interior de SP.

Antes de fechar o texto reitero meus elogios a Alex Garcia. Aos 34 anos, ele chegou a Bauru e já é o dono do time. Teve 21 pontos (suas infiltrações pareciam imarcáveis ontem), apanhou 7 rebotes e conteve, na defesa, Marquinhos e Marcelinho de forma implacável. É, disparado, o jogador brasileiro com maior intensidade e tem dado gosto vê-lo em quadra com tanta vontade para vencer jogos e títulos. É um cara especial, um grande exemplo e é sensacional saber que sua "fome" por grandes conquistas ainda está em dia mesmo com o currículo cheio de troféus e marcas importantes.

Viu o jogo de ontem? Gostou? Comente!

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