Sobre a falta de espaço dos jovens no basquete do país - há solução?
Fábio Balassiano
04/12/2014 03h21
E aí fiquei pensando nesta situação dos jovens de uma semana pra cá. Este tema é recorrente no blog, aliás. Quem está sempre por aqui já leu algumas linhas sobre isso principalmente no feminino, onde a zona de conforto dos clubes em contratar veteranas e não efetivar as mais novas é uma obsessão sem fim que merece estudos mais profundos.
Tratando especificamente do masculino a verdade é que, de fato e conforme Coelho disse, dificilmente você verá jovens de até 23, 24 anos liderando as estatísticas do NBB em minutos em quadra. Nesta temporada de 2014/2015 são 16 times e entre os 35 que mais jogam apenas 4 estão abaixo dos 25 anos de idade. É algo que merece uma reflexão, não? Reflexão por parte da Liga Nacional, dos clubes, dos técnicos, dos jogadores, da Associação de Atletas (cujos diretores são todos veteranos, mas tudo bem…) e principalmente da Confederação.
Não sei exatamente o que os envolvidos nesta questão têm na cabeça em relação ao assunto. Mas a presença de jovens não é uma ameaça aos veteranos que dominam o basquete nacional desde o começo do NBB (Giovannoni, Marcelinho, Alex, Nezinho, Helinho etc.), mas sim uma necessidade e quase que uma tábua de sobrevivência do produto NBB em si para os próximos anos do campeonato.
Não sei como fazer para que os jovens joguem por mais tempo, tenham mais oportunidades de mostrar seus talentos. O caso do Minas mesmo é exemplar. Grande produtor de talentos em todas as modalidades olímpicas, a molecada só teve espaço quando o dinheiro dos patrocinadores minguou para esta temporada. Foi muito mais situacional do que opção da diretoria por um modelo esportivo diferente, portanto.
Poderiam ser criados times que jogassem as duas ligas (NBB e LBF) atuando na mesma cidade e sendo treinados por técnicos com experiência em garimpar e desenvolver jovens. Seria bom para os clubes, que veriam os atletas formados tendo as chances que normalmente não têm em suas fileiras, para os atletas, que teriam o tão sonhado tempo de quadra e principalmente para o basquete brasileiro, que veria um número maior de jogadores "aptos" a desempenhar bom papel tanto no mercado de trabalho interno quanto nas seleções brasileiras.
Mesmo que não joguem, os times do NBB/LBF preferem, e isso também é bem estranho, manter estes atletas apenas treinando no adulto a, por exemplo, emprestar estes jovens jogadores a outros times na mesma temporada. Imaginar que eles ficariam muito tranqüilos ao ceder seus atletas por dois anos para um time só de moleques é loucura, obviamente.
Acho, por isso tudo que expus acima, que cabe uma grande discussão a respeito do tema. Como fazer os atletas de 17 a 23 anos terem tempo de jogo nas quadras do país hoje povoadas por veteranos? Vale o debate, concordam comigo? Comentem!
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