Ontem fez 10 anos de um dos episódios mais lamentáveis da história da NBA. As imagens falam por si.

Não há melhor palavra para definir o que aconteceu naquele 19 de novembro de 2004 que não "CAOS". O Faldon escreveu muito bem sobre isso no site da ESPN, as punições, tudo mais, e o mais interessante é ver como a liga mudou depois deste triste acontecimento.

O que aconteceu no Palace of Auburn Hills foi exibido mundialmente. Eu lembro que tinha 21 anos e lembro que era uma sexta-feira à noite. A memória é tão viva que lembro que deixei cair um prato no chão quando Ron Artest socou o cara na quadra. A NBA precisou agir fortemente para que evitar que o que se viu ali fosse tratado como exceção e não como regra a partir desde aquele episódio triste.

Muita gente diz, inclusive, que Reggie Miller amadureceu a ideia de se aposentar do Indiana Pacers ao final daquela temporada (e justamente em um jogo contra o Detroit, vejam só) porque disse não querer "pertencer" a algo tão terrível.

Desde então o código de conduta ficou ainda mais rigoroso (inclusive com multas para os "mal" vestidos). Pequenos incidentes foram severamente punidos. Na marra ou não os atletas entenderam enfim que faziam parte de uma organização maior, e que as imagens deles é que faziam da NBA um sucesso mundial.

E aí a liga cresceu, cresceu e se consolidou ainda mais como o produto global que é hoje. Os atletas são MUITO bem pagos, mas sabem que precisam entregar, mais do que belas cestas, comportamentos condizentes com o de pessoas que podem viver em sociedade como… pessoas sérias e de fácil convivência, digamos assim.

Assim como o caso de racismo de Donald Sterling foi rápido na punição, o incidente de Detroit há dez anos teve multas e penas muito fortes (principalmente para o Indiana, algo que à época considerei bem injusto, mas tudo bem).

Uma década se passou, não há registro de brigas graves depois disso, quase todos aqueles envolvidos não estão mais jogando na liga e a NBA conseguiu se firmar como uma entidade ainda séria e que ataca seus problemas com força para resolvê-los de forma definitiva e ágil.

Esta foi a maior lição do incidente. Problemas irão ocorrer sempre. A NBA escolheu tratá-los com agilidade, veemência e dando respostas concretas à sociedade. Não adiantava jogar para debaixo do tapete, pois o mundo inteiro VIU aquilo ao vivo. O choque foi grande, mas as ações tomadas mostraram que a imagem da liga ficaria arranhada por pouco tempo.

Dez anos se passaram e a NBA só fez crescer. É um grande exemplo de gestão de crise, né?