Todo ano é a mesma coisa. A gente olha para a escalação do Sacramento e pensa: "Eita, que baita elenco talentoso". Tem de tudo lá. Juventude, potencial físico, bons armadores, um pivô dominante, um técnico promissor e… muita confusão. Foi assim nos últimos campeonatos. Dava muita frustração em mim, que estou longe de torcer pelos Kings. Imagina para os torcedores da franquia.

Mas para 2014/2015 a situação parece (notem bem o verbo, por favor) ter mudado. O período que passou na seleção norte-americana parece (mesma observação anterior) ter feito muito bem a DeMarcus Cousins (foto à direita). Mais calmo, controlando bem as suas emoções e até a de seu técnico Michael Malone (na partida contra o Phoenix Malone foi reclamar da arbitragem e Cousins foi retirá-lo da discussão) e cada vez mais dominante no garrafão, o pivô registra sólidos 22,4 pontos, 11,4 rebotes e 1,4 toco por partida, liderando o Sacramento ao lado de outro cara que quase ninguém confia(va).

Rudy Gay (foto à esquerda) chegou a Sacramento depois de ter sido praticamente expulso de Toronto devido a seu alto salário. Ninguém acreditava que alguém que ganhava tanto decidia tão pouco. Mas o Kings, quem diria, decidiu ter calma com o cara. E Gay vem correspondendo. O ala continua com bom volume nos arremessos (16,5/jogo), mas tem bom aproveitamento (45%), ótima média de pontos (22,5) e ainda contribui com rebotes (6,8) e assistências (3,5). Seu prêmio foi ter visto um cheque de US$ 40 milhões pelos próximos três anos no contrato de renovação assinado nos últimos dias.

Além deles dois brilham Darren Collison, subestimado armador que rodou em New Orleans, Pacers e Clippers (SEMPRE com média de 10+ pontos) e que tem 15,8 pontos e 6,1 assistências por partida de média. Completam o quinteto titular Jason Thompson na ala-pivô e Ben McLemore, que está em seu segundo ano e registra razoáveis 9,8 pontos por partida.

Com isso tudo o Sacramento tem 6-4 e aparentemente vai brigar por vaga no playoff do difícil Oeste até o final da temporada. As coisas andam indo tão bem que no fim de semana passado os Kings venceram o San Antonio Spurs em casa sem acertar nenhuma de suas 12 tentativas de três pontos. É ou não um indício que a sorte está virando para a franquia? Parece que sim.

Ainda está muito no começo, mas hoje os Kings enfrentam o New Orleans Pelicans e quinta-feira há o Chicago em casa antes de quatro complicados duelos fora de seus domínios (Wolves, Pelicans, Rockets e Spurs) e o Memphis para fechar novembro. Terminar o mês em alta é um ótimo indicativo do que o time de DeMarcus Cousins poderá aprontar até o final da temporada, mas ao que parece eles vão ficar ali mesmo beliscando uma sétima ou oitava vaga da conferência mais forte da NBA.

Já é uma baita vitória eles mostrarem ao mundo que o período de micos absurdos passou, não?