Jovem Augusto Lima brilha no Murcia e projeta próximos passos da carreira
Fábio Balassiano
24/10/2014 09h00
Mas Augusto não desistiu. Mudou de clube, passou a jogar pelo Murcia e desde a temporada passada é um dos principais jogadores do time e da Liga ACB. Dono de 10,1 pontos e 7,6 rebotes em 2013/2014, ele foi um dos destaques dos vermelhos. Em 2014/2015, começou despejando 22 pontos e 7 rebotes na estreia da liga contra o forte Valencia. Neste fim de semana ele entra em quadra contra o Sevilla pela quarta rodada disposto a continuar brilhando na equipe que também conta com o brasileiro Raulzinho. Confira a entrevista exclusiva que fiz com Augusto esta semana. No papo ele fala sobre seu momento atual, NBA, seleção brasileira e Jogos Olímpicos de 2016.
AUGUSTO LIMA: Bom, acho que em primeiro lugar as pessoas me olham aqui como um jogador de defesa, alguém responsável pela marcação no garrafão principalmente desde sempre. Para esta temporada tenho tentado ser mais agressivo no ataque sem perder meu lado defensivo. Tem dado certo.
BNC: Você começou a sua carreira espanhola no Málaga, mas desde que chegou ao Murcia parece ter ganho muito mais confiança. Como tem sido a sua adaptação a cidade e ao clube? É o seu melhor momento na carreira?
AUGUSTO: Minha adaptação foi maravilhosa. A cidade e as pessoas são incríveis comigo e eu só devolvo o carinho dos fãs e das pessoas que trabalham comigo. Sobre ser o meu melhor momento da carreira, não, não acho que seja. É, sim, um momento doce que tenho que aproveitar bastante! O melhor está sempre por vir.
AUGUSTO: Na vida creio que temos que saber lidar com altos e baixos, essa é a realidade. Em todos os momentos você aprende um pouco, seja nos bons ou nos não tão bons. De tudo se aprende. Amo basquete, o que eu faço e vai ser sempre assim comigo. Sobre a NBA, não tem razão para esconder ou mentir. É claro que ainda faz parte dos meus sonhos e lutarei muito pra chegar lá da melhor maneira possível.
BNC: Você sempre fez parte dos sonhos dourados de 9 entre 10 franquias da NBA que o monitoravam na Europa há anos. Quanto da sua lesão nas costas influenciou para que seu nome não tivesse sido chamado pelas franquias da NBA no Draft de 2013? Como está a sua coluna agora, 100%?
AUGUSTO: Não sei te falar esse percentual. Isso não cabe a mim. Mas posso te dizer que minha coluna esta ótima, perfeita, 100% mesmo. Sinto-me muito bem fisicamente. Tanto é assim que joguei a temporada passada inteira sem problema físico algum.
AUGUSTO: Raulzinho é como um irmão pra mim, cara, mas a respeito da NBA a gente não fala muito para ser bem honesto com você. Temos que estar centrados na Liga ACB e em como ajudar o Murcia a ir bem na competição, que é muito disputada. Temos que focar em nosso clube sem preocupações ou distrações externas.
BNC: Você foi um dos reboteiros da edição passada da Liga ACB, mas acabou não tendo muito espaço na seleção que foi ao Sul-Americano e tampouco foi chamado para a que treinou para o Mundial da Espanha. Foi difícil para você, depois de ter feito a temporada que fez, ver uma oportunidade como a de jogar uma Copa do Mundo passar sem ao menos ter tido a chance de mostrar realmente o que você poderia fazer com a camisa da seleção?
AUGUSTO: Para todos os atletas é um orgulho muito grande vestir a camisa de sua seleção. Amo meu país e farei o que estiver ao meu alcance para ajudar a seleção brasileira de basquete em qualquer competição. Sobre o Sul-Americano e o Mundial, talvez não tenha sido a hora. Quem escolhe o elenco é o técnico e os 12 que foram ao Mundial da Espanha são realmente craques em suas equipes e mereceram estar lá. Não há mágoa em relação a isso.
AUGUSTO: É uma das principais metas, sim, sem dúvida alguma. Jogar as Olimpíadas no Rio de Janeiro seria a melhor coisa e é uma meta que tenho. Mas está um pouco longe ainda. Há etapas importantes que eu preciso cumprir antes de 2016, e isso está muito claro para mim. Mas, claro, meu sonho é jogar em 2016 e espero estar representando meu país.
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