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Reforçado, Dallas tem tudo para ser maior concorrente do Spurs no Oeste

Fábio Balassiano

20/10/2014 01h34

(A partir de hoje começarei a falar dos times para a próxima temporada da NBA. Não de todos, porque seria impossível, mas dos principais. Um ou dois textos por dia por aqui, fiquem de olho).

A temporada 2013/2014 terminou, e o Dallas, eliminado pelo San Antonio Spurs no agonizante jogo 7, tinha mais dúvidas do que certezas em relação ao futuro. Afinal, o que seria daquele time envelhecido, com Dirk Nowitzki, sua principal estrela, como agente-livre, um garrafão sem força defensiva alguma e poucas armas para o jogo externo? Era um quebra-cabeça que a franquia texana teria que montar rápido se quisesse dar aos anos finais da brilhante carreira do alemão Nowitzki um pouco mais de emoção (e não de comoção, como é no caso de Kobe Bryant no Lakers).

Para não dar sopa ao azar o Dallas foi ao mercado sem medo. Perdeu Shawn Marion e Vince Carter, é verdade (ambos que se encaixaram bem no esquema do excelente técnico Rick Carlisle), mas renovou rápido com Nowitzki (e com valor baixo que lhe permitiu ter fôlego nas demais negociações) e trocou o espanhol Jose Calderón por Tyson Chandler para ter mais firmeza defensiva em seu garrafão (uma das grandes deficiências do time no campeonato passado). Campeão com a franquia anos atrás, Tyson tornou-se uma verdadeira obsessão para a diretoria depois da temporada abaixo da crítica do pivô Samuel Dalembert. Encontrar um "cincão" que protegesse o aro com segurança passou a ser a prioridade da franquia, que achou em um rosto conhecido (e bem inteligente) a sua tábua de salvação.

De quebra os Mavs receberam Raymond Felton, de quem não sou fã, mas se for bem (e pouco) utilizado pode ajudar na rotação. Além de Chandler vieram Jameer Nelson (armador do Orlando Magic), Richard Jefferson (veterano e útil ala) e Al-Farouq Aminu, nigeriano que fez uma temporada passada bem razoável pelo New Orleans e que traz força física a ala do time. O elenco, que já era bom, ficou fortíssimo.

Mas o melhor reforço acabou vindo mesmo de uma forma inesperada. Agente-livre restrito, Chandler Parsons estava dando sopa no mercado. O Houston Rockets ficou de olho (gordo) em Carmelo Anthony, moscou e viu seu rival do Texas fazer uma proposta milionária por Parsons.

Na tentativa de conseguir Chris Bosh, acabou sem nada – Parsons foi mesmo para Dallas e o ala renovou com o Miami Heat. Aos 25 anos, número de sua camisa também no Mavs, o ala chega para assumir a posição 3 do com um contrato de US$ 45 milhões por três anos e muita responsabilidade.

Tudo bem que o valor pode ter sido muito alto por um "especialista" (Parsons baseia muito seu jogo nas bolas longas), mas essa era justamente uma das fragilidades do Dallas na temporada passada. Dirk Nowitzki não arremessa de longe há séculos. Monta Ellis, que foi muito bem em 2013/2014, é um cara que ataca a cesta e busca as infiltrações quase sempre. A necessidade da equipe acabou fazendo Mark Cuban aumentar as cifras para ter o camisa 25, e isso é bem natural. Jogando ao lado de Nowitzki e Ellias, as chances de Parsons, que arremessou quase cinco bolas longas com o Houston em 2014/2014 (e com aproveitamento de quase 40%), aparecer livre, livre para chutar de fora são imensas, já que o camisa 41 e o camisa 11 geram desequilíbrios imensos nas defesas adversárias. Para ele, especificamente, o desafio é mostrar que pode fazer outras coisas que não "só" esperar as oportunidades que surgirão para investidas longas mas também que seu jogo ganhou (como vinha ganhando aliás) novos e perigosos golpes.

Por isso a conclusão é uma só: se rodar a bola como manda o figurino e se entrosar rápido, o Dallas tem tudo para ser o principal concorrente do San Antonio Spurs no Oeste. O Oklahoma City Thunder começará o campeonato desfalcado de Kevin Durant e nem se reforçou tanto assim. O Los Angeles Clippers vem forte, mas ainda (note o termo 'ainda') não me parece confiável. Os Mavs, por sua vez, têm um cracaço de bola em Dirk Nowitzki (foto à direita), um elenco de apoio recheado de boas opções (nove, dez jogadores podem fazer a rotação de Carlisle) e muita experiência para disputar os playoffs.

Concorda comigo? Nowitzki e o Dallas têm tudo para incomodar o Spurs no Oeste? Comente!

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