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Rio Claro fecha time feminino - alguém vai salvar o basquete das meninas?

Fábio Balassiano

17/10/2014 01h08

A notícia chegou no email: "A secretaria Municipal de Esportes, através do secretario Reginaldo Breda, comunica que Marcio Pimenta não é mais o técnico do Rio Claro Basquete Feminino desde a data de 14.10.2014 (…). E que as atividades depois do termino do paulista se encerram nessa modalidade".

Foi assim. Sem explicar, sem dizer muito, sem sequer contemplar as razões que levam Rio Claro a fechar seu time feminino que jogaria a próxima Liga de Basquete Feminino (LBF) é que veio a mensagem (o masculino, que disputará/disputaria o NBB, continua?). Triste. Bastante.

Não sei se é necessário dizer que a modalidade das meninas está caindo pelas tabelas há 15, 20 anos, que os campeonatos nacionais definham há uma década, que o nível do basquete interno, da base ao adulto, é tenebroso e que há cada vez menos times femininos no país, mas se é preciso… está dito.

Aí, aproveitando o fechamento de Rio Claro, uma perguntinha singela se faz pertinente: alguém vai salvar o basquete feminino deste país? O ideal é que a LBF, agora sabe-se lá com quantos clubes em sua próxima edição (Brasília vai jogar afinal?), tentasse profissionalizar de vez a sua gestão, veiculando um produto cada vez melhor ao mercado e fazendo com que casos como este de Rio Claro diminuíssem cada vez mais. Mas sabemos, e isso é uma realidade triste, que a Liga ainda está engatinhando, ainda está tirando o seu pé do chão para alçar vôos maiores, vôos mais altos.

A Confederação Brasileira é que deveria se preocupar. A entidade máxima do basquete brasileiro é que deveria agir. É ela que, no final das contas, perde quando um clube fecha as suas portas. É ela que, quando uma seleção brasileira precisa ser formada, tem cada vez menos material para análise, material para… selecionar as melhores. É ela que vê meninas (e também meninos) desistindo de seguir na modalidade cada vez mais cedo, descrentes que o esporte que escolheram lhes dará uma condição minimamente decente de sobreviver como atleta profissional.

Se fosse razoavelmente interessada em fazer o esporte feminino crescer, a CBB deveria não tomar conta da LBF (isso é bobeira), mas sim apresentar um planejamento concreto e de longo prazo para que o basquete feminino não ACABE neste país que conquistou um título mundial faz 20 anos.

E, perdão, mas a palavra é bem essa mesmo – 'acabar'. Se não tratar o doente terminal com remédio pesado e tratamento de choque o basquete feminino brasileiro vai ACABAR em pouquíssimo tempo. É uma pena que Carlos Nunes, o presidente da CBB nas duas últimas fotos deste texto, não tenha percebido ou feito nada para mudar esse panorama. Se percebeu, é negligente e conivente. Se não percebeu, acompanha pouco a modalidade. É só escolher.

O basquete feminino está na CTI e precisa de ajuda. Quem irá salvá-lo?

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