"Estou fazendo uma reflexão pós-jogo e vi que ficamos nesse discurso eterno de renovação. Então, vamos renovar de vez. Vamos sofrer nos próximos anos. A Érika é a melhor pivô do mundo, Clarissa é uma promessa, Damiris promessa… E daqui a um ano e meio, vamos falar as mesmas coisas. Para mudar as coisas externas, não podemos ter tanta passividade. Não dá para pensar em um campeonato desse nível e só reclamar quando chega lá. Nossa geração também teve participações ruins, com 11º, 12º lugares, mas brigávamos, reclamávamos, por treinador, treinamentos, convocação, lutávamos por mudanças. Não podemos ficar nessa passividade de achar que não vai dar certo por algum motivo ou outro. É uma reflexão que deve ser feita"
"Se é para reclamar, vamos tentar fazer alguma coisa. Principalmente quem faz parte disso. Não pode ser porque Deus quis, tem que ser pela diferença. Mas não fazemos nada para essa mudança. Escutamos desde 2011 o discurso da renovação. Se fosse assim, levem a molecada de 15, 16 anos e coloquem para jogar. Mas não, ficamos numa situação confortável, dizendo: "Não esperem nada de nós, pois estamos renovando". Coloca uma Seleção permanente para jogar a Liga, tragam alguém de fora para evoluir o basquete, não sei, vamos fazer alguma coisa"
"Tudo bem que nossa geração demorou 15 anos para ganhar o primeiro título, mas não precisa demorar tanto. Ou renova de verdade, ou fica com o discurso por mais anos sem fazer nada. Não posso jogar a culpa nas meninas, mas elas não podem ser tão passivas. Essa geração de Érika, Clarissa, Damiris, vai passar. Não adianta ter o rótulo de promessas e boas jogadoras, se não mostrar ele quando chega na Seleção. Sempre tem uma muleta para abrandar"
Todas essas frases foram ditas por Magic Paula em (ótima) entrevista ao Lance! . Acho que, depois disso, nem é necessário falar muita coisa, não é mesmo? Seria muito bom se a CBB chamasse essa gente que ama, e que entende, o basquete feminino para contribuir com uma renovação (de pensamento, de filosofia, e não só de nomes) tão necessária para a modalidade.
Tenho batido nos pontos que a Paula fala nesta entrevista há algum tempo também, mas até agora a única que deveria agir, a CBB, parece inerte naquilo que lhe seria muito óbvio: montar um plano de ação para literalmente salvar o basquete feminino. A Confederação, porém, prefere a passividade, a paralisia, a leseira de pensamento e de ações.
É uma pena.