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Laprovittola pede disposição por 'chance única' de título Mundial do Fla

Fábio Balassiano

24/09/2014 01h35

Em sua segunda temporada no Flamengo, o argentino Nicolás Laprovittola parece completamente adaptado ao Rio de Janeiro. Chamado carinhosamente de Nico por companheiros e torcida rubro-negra, o armador é uma das principais armas do time para o Mundial de Clubes que começa na próxima sexta-feira e também para os demais compromissos do clube na temporada 2014/2015. O rubro-negro, aliás, fechou ontem a contratação do pivô norte-americano Derrick Caracter para o Mundial e também para os três amistosos na NBA.

Conversei com o jogador argentino de 24 anos sobre tudo isso e também sobre a participação dele no Mundial da Espanha em que defendeu a Argentina na derrota para o Brasil.

BALA NA CESTA: Em sua segunda temporada com o Flamengo, você tem o Mundial logo de cara para abrir a temporada. Como está a sua expectativa em particular para a competição?
NICOLÁS LAPROVITTOLA: Nosso time tem uma expectativa muito alta para o Mundial. Queremos o máximo. Estamos muito focados em jogar bem, em fazer duas boas apresentações e em ganhar esse título diante do Maccabi Tel-Aviv. Jogar uma final de Mundial é algo único na vida de um jogador e temos deixar todas as nossas energias dentro da quadra. É um torneio para jogarmos com 110% de disposição, e é o que faremos. Temos boas chances, mas precisamos jogar muito bem para chegar ao título. Será muito difícil.

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BNC: Como tem sido o começo da convivência diária com o outro argentino do elenco, o Walter Herrmann?
LAPROVITTOLA: Estou muito feliz de tê-lo conosco. Ele ganhou a medalha de ouro olímpica em 2004, é um orgulho para todos nós e é uma grande honra jogar ao lado dele no Flamengo.

BNC: Você virou o guia turístico dele no Rio de Janeiro? Ele te consultou antes de assinar com o clube?
LAPROVITTOLA: (Risos) O guia dele aqui no Rio é o André Guimarães (supervisor do Flamengo). Se ele me perguntou antes de vir? O Herrmann me perguntou muito. E continua perguntando (risos). Mas ele está encantado com a cidade, com Ipanema, o Leblon, com o clube e com a recepção que está tendo de todos por aqui. Já conhecia alguns jogadores de enfrentar, o próprio (técnico) Neto de duelos com seleção e agora está entre nós como companheiro.  Estou ajudando muito a ele com o idioma, com essas coisas de mudança. Ele é um cara legal, faz brincadeiras e fala muito. Vai ser divertido estar aqui com ele.

BNC: Depois do jogo contra o Maccabi, há três jogos na NBA, a Liga das Américas, o próprio NBB. Já consegue traçar alguma coisa na cabeça sobre o que será essa temporada?
LAPROVITTOLA: Não, agora não. Neste momento só estamos pensando no Maccabi, em como batê-los e na importância deste Mundial. Não podemos tirar isso da cabeça de jeito algum. Ninguém pensa em outra coisa. É um jogo muito importante não só para o Flamengo, mas para a história do basquete do Brasil. Não podemos tirar o foco disso, não. Temos que estar concentrados nisso, e deixar o que está mais adiante justamente para os dias seguintes ao Mundial.

BNC: Você fala do Mundial de Clubes, mas acabou de vir do Mundial de seleções na Espanha. Foi sua primeira experiência de Mundial com a Argentina, e perdeu justamente do Brasil, que tinha o Neto, o Marcelinho e o Marquinhos, seus companheiros de Flamengo. Teve alguma provocação deles para com você?
LAPROVITTOLA: Ah, sempre tem. Teve muita brincadeira por parte deles, mas o Brasil também perdeu da Sérvia. Então o volume das provocações diminuiu um pouco. Ficou equilibrado, mas eu perdi uma aposta. Estou devendo um jantar para eles, viu.

BNC: E como foi a sua primeira participação no Mundial? Imagino que jogar com os caras que escreveram as mais bonitas páginas do basquete argentino, como Andres Nocioni e Luis Scola, seja um motivo de orgulho para você…
LAPROVITTOLA: Sobre o Mundial em si, achei que fomos bem, mas poderíamos ter ido mais longe. Eles são ídolos, eles atingiram o máximo que qualquer esportista pode conseguir. Por isso são tão reverenciados na Argentina. Poder jogar com eles em um Mundial foi muito legal, muito enriquecedor. Fiquei muito contente mesmo. Desfrutei muito de ter jogar na Espanha, mas o Brasil jogou melhor que nós, nos eliminou e isso acontece.

BNC: Você cresceu vendo a geração dourada jogar e ganhar muito. Jogar ao lado deles é mais fácil ou difícil devido a isso?
LAPROVITTOLA: Jogar com os ídolos do basquete argentino é um sonho, é uma realização imensa. Mas na quadra não pode ter isso, não. Nos treinamentos e nos jogos tenho que jogar, mostrar meu talento e enfrentá-los nos treinamentos. Foi um grande desafio.

BNC: Pra fechar. A torcida do Flamengo está cantando uma música parecida…
LAPROVITTOLA: Sim, sim, eu ouvi. É muito maneiro, mas eu não acho bom para o brasileiro copiar essa melodia e o ritmo. Ainda mais pelo que diz a canção e pelo que significou a música. Argentina esteve muito perto de ganhar uma Copa do Mundo de futebol aqui no Brasil, essa música foi entoada muitas vezes e eu sinceramente não acho legal que os brasileiros cantem essa música da Argentina…

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