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Brasil terá quarto elenco mais jovem do Mundial Feminino - veja as médias!

Fábio Balassiano

24/09/2014 19h00

Tenho dito aqui no blog há algum tempo que o foco do Brasil neste Mundial Feminino que começa no sábado é mesmo o aprendizado pois o elenco é pra lá de renovado. Mas em relação às demais 15 seleções que jogarão na Turquia, quão jovem é o time que Zanon levará para a competição?

Fiz um levantamento utilizando os dados do site oficial do torneio e, de fato, a teoria de que o Brasil tem um elenco pra lá de jovem em relação à concorrência se justifica. Entre os 16 participantes do torneio, apenas Coreia do Sul (22 anos de média), China (24) e Sérvia (24) têm média de idade inferior aos 24,9 do Brasil. Cuba e Moçambique são os dois com idade média mais avançada, com 29.

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França e Estados Unidos, os dois finalistas da Olimpíada de Londres, possuem idêntica média (27). As francesas, aliás, mantêm aquela base famosa que brilhou no Mundial Sub-21 de 2003 (mais aqui e aqui). O Brasil, vice-campeão daquele torneio, só tem Érika disputando a competição na Turquia. A Espanha, principal seleção do Grupo A, o do Brasil, possui média de 26 anos e também tem um grupo bem renovado com Laura Gil (pivô de 22 anos), Marta Xargay (armadora de 23), Leticia Romero (ala de 19) e Leonor Rodriguez (armadora de 22).

No elenco de Zanon, apenas duas jogadoras têm mais de 30 anos – Adrianinha (foto à esquerda), com 35, e Érika, com 32. Além disso, sete meninas têm 23 ou menos anos (Isabela Ramona, Joice Coelho, Damiris, Tainá, Patricia, Débora e Tatiane), sendo que Ramona, Joice e Damiris (foto à direita), disparadamente a mais talentosa dessa geração, são as mais jovens com 20, 21 e 21, respectivamente.

São claros os motivos que levaram Zanon a ter que literalmente criar um time novo desde que assumiu. É algo crônico e, desculpem dizer isso, sem a menor perspectiva de solução por parte da Confederação Brasileira. Devido aos problemas internos do basquete brasileiro (cada vez menos times, formação deficiente e nenhum investimento da CBB na base), o técnico teve que acelerar o desenvolvimento de meninas que talvez ainda precisassem de um pouco mais de rodagem em seus clubes antes de enfrentar uma competição como é o Mundial por uma seleção brasileira adulta.

Como esse desenvolvimento interno não iria acontecer devido a leseira da CBB e a insistência dos clubes em não dar espaço às mais jovens,  Zanon arregaçou as mangas, deu início a um necessário-porém-difícil processo de renovação e levará ao Mundial da Turquia uma seleção tão jovem quanto talentosa. Não é o ideal, não é o lógico, mas há momentos na vida em que é preciso inverter a equação para que os resultados aconteçam no longo prazo.

Resta torcer não só para que as meninas tenham bom desempenho no torneio, mas para que a CBB não mude de ideia em relação à renovação caso um bom resultado não venha (é mais provável, aliás, que ele, o resultado, não surja agora). O Mundial não tem que ser o ponto de partida e nem o final para essas meninas. É apenas uma escala para os próximos passos. Todas que estão ali estão sendo lapidadas para jogar as Olimpíadas de 2016, chegando aos Jogos do Rio de Janeiro muito mais "rodadas" e desenvolvidas.

Que o planejamento de Zanon continue independente do que acontecer na Turquia a partir de sábado. O grupo é jovem, os 24,9 anos falam por si só, e é necessário paciência e muito trabalho com as meninas.

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