A cinco dias da estreia no Mundial, um resumo da preparação do Brasil
Fábio Balassiano
25/08/2014 01h02
O QUE DEU CERTO
1) Defesa – É o grande mérito de Rubén Magnano desde que assumiu o comando técnico da seleção masculina em 2010. Disso ninguém tem dúvida. O Brasil consegue encurralar seus adversários com a marcação, e tem, via de regra, levado poucos pontos devido a pressão que tem conseguido fazer na bola. Como só se ganha em nível internacional defendendo bem, a seleção masculina acaba, mesmo com um ataque hesitante, se colocando em posição (notem a expressão) de competir em igualdade de condição contra qualquer time.
3) Os tiros de três de Hettsheimeir – Está aí uma grata surpresa. Rafael Libório Hettsheimeir (foto à esquerda) matando bola de fora. Acompanho a carreira dele há algum tempo, adoro a intensidade de seu jogo, e confesso que não me lembrava de ele ter esse tipo de golpe em seu arsenal ofensivo. Se ele adicionou recentemente ou se só agora está se sentindo à vontade para arriscar, só nos resta aplaudir (ou pela persistência em treinar ou pela coragem em tentar). Ala-pivô com chute longo é algo raro no mundo e acaba gerando desequilíbrio defensivo, espaço no garrafão (pois seu marcador precisa sair) e oportunidade para formações diferentes (quem sabe até em alguns momentos com três gigantes…).
O QUE AINDA PRECISA MELHORAR
1) Lance-Livre – Voltarei ao tema ainda nessa semana, mas está claro que time que quer ganhar alguma coisa em âmbito internacional não pode acertar menos de 75% de seus tiros livres da marca fatal. Não sei o que está realmente pegando, se é psicológico ou técnico, mas é bom a turma brasileira caprichar um pouco mais, viu. Nos oito amistosos, o aproveitamento foi de 59% (108/184), muito pouco.
3) Ataque – Se a defesa está ótima, o ataque não apresenta a mesma intensidade ou fluidez que se espera dele. A insistência no jogo com os pivôs é ótima, mas acaba ficando um sistema muito manjado, facilmente detectado até. O Brasil se movimenta muito pouco e tem passado pouco a bola. Contra defesas europeias, que sabem fechar bem o garrafão, isso tende a ser um problema. Não matar bolas de fora, outro. A opção com Hettsheimeir por mais tempo me parece cada vez mais apropriada para a seleção brasileira – ele é ótimo na defesa e traz algo que o Brasil não tem tido nos amistosos, que é a segurança para acertar bolas do perímetro.
SALDO
O saldo da preparação brasileira, ao menos para mim, é bem positivo. Se não dá para cravar que a seleção irá bem no Mundial, ao menos para mim fica claro que tudo o que tinha que ser feito (período bom de treinos e bons amistosos) foi realizado. Ainda dá tempo de fazer alguns ajustes (principalmente sendo mais rápido na tomada de decisões no ataque e em uma maneira de coibir as oscilações dos últimos jogos) para chegar ainda melhor na Espanha. Do meu canto, a expectativa segue sendo de o time de Magnano ir muito bem, muito bem mesmo. Pode ser que esteja sendo otimista demais, mas é exatamente assim que eu penso.
E você, concorda comigo? Está confiante para o Mundial? Comente!
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