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Atletas exigem mudanças na Confederação da Argentina - e no Brasil?

Fábio Balassiano

19/07/2014 01h04

"Algumas coisas estavam mal, mas ninguém esperava que terminasse assim. Ninguém imaginou que faltasse tamanha quantidade de dinheiro. (Para tirar o presidente German Vaccaro) Os jogadores (Scola, Nocioni, Manu, Delfino e Prigioni) intervieram, claro, assim como o Secretário de Esportes e a Associação de Atletas"

"Tomara que o Daniel Zanni (novo presidente) seja uma pessoa idônea, mas não nos gostou a sua indicação porque ninguém o conhece. Buscávamos outra pessoa, outro caminho, outras ideias. Queríamos um gerente que conhecesse basquete, um administrador para cuidar das finanças, alguém para cuidar do produto basquete"

"Nós chegamos à seleção há 15 anos e agora estamos igual ou pior do que estávamos naquela época. Sei que a CABB deve muito dinheiro aos atletas, mas não nos importa, não jogamos pela seleção por isso (dinheiro). Em 1999, para se ter uma ideia, Julio Lamas (técnico) e um outro jogador tiveram que pagar o sobrepeso das bagagens em uma viagem internacional"

"A suspeita de que há alguma coisa errada além da má gestão é grande, mas não temos prova de nada, então é melhor não acusar. Para isso existe a auditoria. Torço para que o que seja descoberto é que apenas a Confederação trabalhou mal, que não vendeu bem o produto que ela tem nas mãos"

"Espero que a CABB convoque estes cinco jogadores, a nata do basquete argentino, para uma reunião e explique como serão os próximos passos da Confederação, qual o caminho a seguir. Não só para estes dias em que estaremos reunidos com a seleção, mas principalmente para o futuro. E se a CABB não vier com a verdade os jogadores devem colocá-la contra a parede e a CABB ficará pior do que já está em nível internacional".

As declarações, todas fortíssimas, são do ótimo Leo Gutierrez, ala do Peñarol (Mar del Plata) e um dos remanescentes da geração que conquistou o ouro olímpico em Atenas, 2004. Ao Diário Olé, Leo, convocado por Julio Lamas para a Copa do Mundo da Espanha, critica asperamente o comando da CABB (a Confederação Argentina de Basquete), confirma que os jogadores estavam realmente por trás da saída de German Vaccaro (ex-presidente deposto) e pede mudanças urgentes nos rumos da modalidade no país. Só lembrando: a Argentina foi campeã olímpica há uma década, medalha de bronze em 2008, quarta colocada em 2012. E os atletas estão totalmente insatisfeitos com o que está rolando por lá.

Aqui no Brasil, o que temos? A Associação de Atletas, presidida por Guilherme Giovannoni (foto à direita), aprovando as contas da CBB (aqui e aqui), sem pedir NENHUMA mudança na gestão e sem tentar mudar os rumos da modalidade por aqui. Fala muito sobre o senso crítico (ou a falta dele) de lá e de cá, da conivência que a maioria dos jogadores têm com quem está no poder e quão fácil é ser um dirigente ruim no Brasil.

Ah, e não sei se vocês notaram, mas há forte presença dos principais do basquete argentino (todos eles jogando fora, o que prova que mesmo aqueles não atual na Liga Nacional querem o desenvolvimento urgente do esporte platense) neste ato. Meus sinceros parabéns aos hermanos por mais uma prova de maturidade política, de senso crítico e por saber que atleta não é só mão de obra, mas principalmente agente de mudança de sistemas esportivos totalmente falidos, corroídos e dirigidos por quem pouco entende de gestão.

Já no Brasil… Fica a pergunta: se ninguém cobra, se ninguém exige as mudanças tão necessárias para a modalidade, por que diabos Carlos Nunes e sua trupe irão mudar a forma como administram o basquete deste país?

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