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No Bucks, a segunda chance de Jason Kidd como técnico da NBA

Fábio Balassiano

02/07/2014 01h42

Jason Kidd começou a sua carreira como técnico do Brooklyn Nets de forma atribulada. O time, que tinha se reforçado até dizer chega, não se encontrava e, em uma atitude destemperada, o treinador pediu para que um atleta jogasse refrigerante na quadra de modo a retardar o início de um jogo. Foi feio, grostesco, Kidd virou motivo de piada.

Mas refrigerantes à parte ele melhorou. O Nets melhorou. A campanha melhorou. O apanhado de bons jogadores de fato virou algo parecido com um time, terminou a temporada regular com satisfatórias 44 vitórias (satisfatórias principalmente depois do hesitante começo, diga-se), ganhou do Toronto no sétimo jogo lá no Canadá e caiu para o vice-campeão Miami por 4-1 (e lembramos bem de como terminou a série contra o Heat – recheada de erros de arbitragem).

Sempre fui bastante crítico com o trabalho e como Jasson Kidd tornou-se técnico da NBA. Via de regra serei sempre contra um jogador que sai de quadra e, direto, veste um terno para ser treinador (algo que Derek Fisher vai fazer agora no Knicks). O ex-armador usou seu prestígio com a franquia Nets, fez uma boa entrevista, passou e começou a treinar. Alguns jogadores disseram à imprensa que não conseguiam vê-lo como treinador e que seus treinamentos eram muito ruins. Na quadra, o ataque não era ruim, mas a defesa do Brooklyn (principalmente nas rotações) era uma das piores da liga em todos os sentidos (pontos sofridos, entrosamento, fluidez etc.). Não foi, portanto, um trabalho brilhante.

E aí Jason Kidd teria errado novamente. Tentou fazer como Pat Riley há quase duas décadas no Knicks, como bem lembrou o NY Times. De acordo com a ESPN, Kidd teria pedido ao Nets um aumento (seu salário total em 4 anos de contrato era de US$ 10,5 milhões), já que segundo ele teria uma proposta do Milwaukee Bucks. Não era um blefe (como você verá a seguir), mas a direção do Brooklyn não quis pagar para ver.

Disse a Jason Kidd para fazer a entrevista e tocar sua vida. Kidd, então, ficou sem saber como lidar, sem saber o que fazer. Foi realmente bem de novo em sua entrevista, passou no crivo dos novos donos do Bucks e será o treinador do Milwaukee pelos próximos anos (detalhes ainda não foram revelados). É uma situação no mínimo insólita.

O Nets parece difícil de ser desvendado. Contratou bem na temporada passada (não resta dúvida), mas não conseguiu sair do quebra-cabeça que a dicotomia técnico jovem x elenco experiente traria. Na primeira armadilha, apertou o botão e viu Jason Kidd sair. O time já foi ao mercado e está próximo de anunciar o veterano treinador Lionel Hollins. Correção de rota? Parece que sim.

Para o Bucks, é uma maneira de revitalizar a franquia. O time demitiu Larry Drew de forma bem chata (pois todos sabiam que Jason Kidd estava sendo entrevistado para um cargo ainda ocupado por Drew), mas agora tem nos jovens Jabari Parker (foto à esquerda) e no grego Giannis Antetokounmpo as faces para mudar os rumos de uma franquia que faz muito tempo não consegue uma campanha positiva (2009/2010,com 46 vitórias).

Para Jason Kidd, é a segunda chance na NBA. E de verdade parece a primeira. É um time bom para ser treinado, com muitas peças novas, sem vícios e querendo a mesma coisa que ele, Kidd – desenvolvimento, experiência e muitas vitórias. É um grupo que poderá ser moldado por ele, treinado por ele à exaustão sem problemas físicos dos veteranos e com muita fome para mostrar aos novos donos quão boa poderá ser a nova fase da franquia.

Que o Bucks tenha a paciência que o Nets não teve. Que o Nets sossegue um pouco e contrate um veterano treinador para lidar com jogadores tão cascudos e difíceis de dirigir. E que Jason Kidd entenda quão importante é esta chance que o Milwaukee está colocando em suas mãos.

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