Os próximos passos do Miami Heat
Fábio Balassiano
18/06/2014 07h02
Em primeiro lugar, é importante colocar a situação em uma perspectiva maior. O Miami Heat conseguiu um feito raro, raríssimo na história da NBA. E isso é um mérito. Ninguém chega quatro vezes na final da liga sem ter MUITO mérito (mesmo no fraco Leste o raciocínio é válido). É um domínio absoluto em sua conferência, e isso merece ser levado em conta. São dois títulos contra adversários incrivelmente fortes (Thunder e Spurs) e dois vices contra equipes igualmente poderosas (Mavs e o próprio Spurs). Dizer que esse time não é fantástico não me parece uma boa coisa.
Se eles não ficarem (o que eu não acredito e nem acho que seja uma decisão boa, embora LBJ tenha sido enigmático ao falar sobre isso em sua coletiva de imprensa após a perda do título), aí não vai ter jeito. Pat Riley vai ter que cortar um dobrado para remontar o elenco. A reconstrução, que ele tão bem fez anos atrás ao trazer LeBron e Bosh para se juntarem a Wade há quatro anos, teria que ser feito de novo ou através de uma bolada de grana no mercado de agentes-livres ou via Draft.
Ter um armador que defenda melhor e que ao mesmo tempo saiba como atacar a cesta (esta é a primeira coisa que eu buscaria se fosse dirigente do Heat), uma opção de um gigante que pontue perto da cesta, um ala-pivô ou pivô que seja consistente o bastante para fazer com que Chris Bosh tenha, de fato, um companheiro confiável no garrafão e um ala regular para sair do banco ao lado de Ray Allen (se ele voltar, claro) estariam na ordem do dia. As opções de Toney Douglas, Michael Beasley e Greg Oden, portanto, não deram certo (e acho que não precisa ser gênio para ver isso).
Como o Spurs ensinou, a preferência teria que ser por atletas jovens, que fossem cercar o trio de ferro com sangue novo – e nos olhos também. Na primeira fornada do Heat quatro vezes campeão, Riley foi no óbvio (e nem tão errado assim): veteranos com contratos curtos (Ray Allen, Shane Battier, Chris Andersen) para um impacto imediato. Deu certo, mas o time apresentou lacunas e falta de profundidade em alguns momentos. Sem tantos contratos prontos para a próxima temporada dá para inverter um pouco o jogo. Um elenco mais jovem, físico e com atletas que saibam criar seu próprio arremesso, não ficando assim tão dependente de LeBron James, é bem recomendável.
Concorda comigo? O que você acha que irá acontecer com o Miami Heat? Comente!
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