Com o título da NBA, a coroação do brilhante Tiago Splitter
Fábio Balassiano
16/06/2014 10h19
Para a sorte de todo mundo (dele, do Spurs e nossa) Splitter voltou ainda melhor para a temporada 2013/2014. Gregg Popovich, o técnico que promoveu uma verdadeira transformação em seu jogo (vide sua nítida melhora nos lances-livres), lhe deu confiança, transformando-o em titular absoluto do garrafão ao lado de Tim Duncan. O desempenho dele melhorou, o rendimento do time crescia com Tiago em quadra (principalmente quando ele era efetivos nos corta-luzes para Tony Parker ou Manu Ginóbili) e o brasileiro passou a ser uma peça importante em um dos times mais importantes da NBA. A crítica especializada dos Estados Unidos o elogiava, enfim "descobrindo" quão bom ele realmente é (algo que quem o acompanha sabe há anos, diga-se).
Aos 29 anos Tiago Splitter tornou-se o primeiro brasileiro a ganhar um título na melhor liga de basquete do mundo. Mas não é "só" isso que deveria ficar na nossa cabeça (embora ter um anel de campeão já seja coisa pra caramba, obviamente…). O pivô do Spurs é um exemplo de comprometimento profissional (no Baskonia, no Spurs, na seleção ou onde quer que ele jogue), de humildade para reconhecer seu papel dentro da rotação da equipe e de dedicação para evoluir sempre. Foi morar sozinho na Europa (em Vitória, País Basco) com 15 anos, ralou muito no Baskonia, aprendeu com alguns bambas na posição (Oberto, Scola etc.), viu de longe o sofrimento de sua irmã (falecida em 2009, um ano antes de ele chegar à NBA) e comeu o pão que Popovich amassou no começo de sua vida com o Spurs. Sem sobressaltos, sem reclamar, sem mimo, sem nenhuma linha (nenhuma linha!) que possa ser criticada. O que os americanos chamam de Work Ethic (ética de trabalho) em Tiago é irrepreensível, portanto.
Não pelo bloqueio em si, mas sim porque Tiago merece toda a reverência por tudo o que conseguiu em sua brilhante carreira. Ninguém fica anos como melhor pivô da Europa, e é campeão da Liga ACB (como MVP das finais) e da NBA sem ter muito mérito, sem ter trabalhado muito. É o caso dele, respeitado e admirado por torcedores, companheiros e comissões técnicas com quem teve/tem contato.
Se tem algum brasileiro que merecia terminar a temporada 2013/2014 com o título da NBA, este alguém é Tiago Splitter.
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