Ontem eu falei aqui sobre os dilemas que o San Antonio Spurs terá que enfrentar para se ajustar ao Miami na final da NBA que começa amanhã (22h com ESPN exibindo). Mas e o Miami, que tipo de ajuste deverá fazer para, em sua quarta final seguida, conseguir o terceiro título consecutivo?

Em primeiro lugar, vamos ao mais óbvio: é rezar para que LeBron James mantenha o altíssimo nível de suas atuações. Com ele bem, como tem sido desde que ele levou seus talentos a South Beach, o Miami é candidato a ganhar qualquer título de NBA que dispute (como é o deste ano).

Noves fora a fase exuberante de LBJ, há algo que o Miami deva realmente se preocupar (além, claro, da força de Tony Parker nas infiltrações): com os tiros de três pontos do San Antonio Spurs (principalmente os da lateral – os corner-shots). Em que pese seu bom aproveitamento de 36% nas bolas longas, o Heat tem uma das piores defesas de perímetro da NBA, com 36,5% de arremessos rivais convertidos. Do outro lado, para aumentar o drama, estará o Spurs, que tem o melhor aproveitamento em bolas longas na temporada (39,6%) em uma quantidade que nem é tão assustadora assim (21,4 por jogo). Seria uma tarefa menos complicada se Shane Battier, exímio marcador, estivesse em boa forma física. Mas o ala de 35 anos, que já cogita a aposentadoria ao final desta temporada, não apresenta a mesma mobilidade da temporada passada, por exemplo.

Creio que este seja o principal ajuste que deve ser feito pelo Miami Heat para a final que começa nesta quinta-feira. É um esforço coletivo (muito mais do que qualquer força individual, pois sabemos que a força do Spurs neste tipo de arremesso não está apenas na qualidade de seus chutadores, mas sim na habilidade que todos têm de passar para encontrá-los em boas condições de tiro) que Erik Spoelstra terá que cobrar de seu elenco.

Concorda comigo? Ou há algo maior que Spo deve se preocupar em relação ao Spurs?