Balanço sobre a sexta edição do NBB
Fábio Balassiano
02/06/2014 01h43
PONTOS POSITIVOS
1) Esta foi a primeira temporada que tivemos jogos transmitidos pela Web (aqui e aqui), sonho antigo de quem acompanha a modalidade (e sabemos que, hoje, o público do basquete quase todo encontra-se na Web). Foi, para mim, o grande destaque da temporada. Começo tímido, apenas três jogos, mas é um começo. Os jogos pela Web são uma opção para aumentar o número de jogos disponíveis por quem quer acompanhar melhor o NBB – um dos problemas grandes atualmente. Quanto mais jogos estiverem ao alcance de torcedores/mídia, melhor será para fazer análises e crescimento do campeonato como marca.
3) Os ginásios, ao menos na pós-temporada, ficaram muito cheios. Vou pedir o número consolidado para a Liga Nacional, mas pela TV ficou muito bacana acompanhar partidas em São José, Bauru, Mogi, nos ginásios em que o Flamengo foi mandante, Franca e até mesmo no do Paulistano, que conseguiu, para surpresa de todos, lotar de torcedores nas fases finais. Pode ser que tenha me esquecido de alguma equipe, e peço desculpa antecipada, mas a imagem para quem viu de casa ficou muito bonita. O lance agora é sustentar essa média lá no alto a partir do começo da próxima temporada – o que não é fácil, evidentemente.
5) Um ponto que merece ser ressaltado para fechar: a organização do jogo final foi EXCELENTE. Tirando o Wi-Fi da área de imprensa (inexistente), de resto tudo funcionou muito bem. A já costumeira invasão de quadra aconteceu, mas em número bem menor ao que estamos acostumados. E a entrega do troféu de campeão do NBB6 ao Flamengo no meio da torcida eu creio que tenha sido inédita em torneios nacionais de clubes também. Na sexta-feira, coletiva muito bem organizada também.
PONTOS NEGATIVOS
2) Apesar de ter seu site quase sempre muito atualizado (o que é ótimo, e aquele caso citado aqui da segunda divisão foi uma exceção, e não a regra), tanto Liga quanto os clubes ainda investem muito pouco em ações de comunicação/marketing para trazer torcedores ao ginásio. Raras são as ações para atração de novos torcedores (consumidores em última instância). É algo que demanda investimento, mas com certeza o retorno seria visto em longo prazo. A dependência da TV Globo ainda é muito sentida neste ponto em especial. Ações de compra de produtos (camisas, principalmente) são muito raras também. São poucos os clubes que oferecem a seus torcedores a possibilidade de compra de materiais da equipe, o que é uma pena.
4) A falta de um patrocinador pelo segundo ano seguido preocupa bastante (e se reflete no item 2). A Liga Nacional não tem uma empresa que injete grana há duas temporadas, e seu crescimento acaba sendo menor do que poderia devido a isso. A turma da LNB tem feito das tripas coração para evoluir o cenário do basquete brasileiro, mas sem grana não há como sair do outro lado de forma mais acelerada, não é mesmo?
5) A final em jogo único também é um pecado, mas eu sinceramente consigo conviver bem com isso. Não é o ideal, mas no momento em que o basquete está não dá pra exigir muito. Creio que é uma troca que tenha seus lados positivos (exposição), embora o prejuízo técnico seja realmente terrível.
SALDO
Os caras podem até errar (e erram), mas é óbvio para todo mundo que acompanha basquete que as intenções são as melhores possíveis e que há muito trabalho e dedicação para tentar recolocar o basquete em seu devido lugar (ao menos em termos de campeonato de clubes no país). O NBB saiu do 0 (literalmente do nada) seis anos atrás e hoje é uma realidade para clubes, imprensa e patrocinadores. Poderia estar mais avançado? Poderia. Pode crescer muito mais nos próximos anos? Deve. Mas seu saldo é positivo e a recuperação do basquete nos últimos anos passa necessariamente pela evolução gradativa do NBB. A meta agora é manter o nível lá no alto, acrescentando alguns tijolinhos a cada temporada.
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