Como Ibaka foi tão decisivo no jogo 3 a favor do Thunder
Fábio Balassiano
26/05/2014 09h34
Não se sabe bem que tipo de tratamento o cara fez, mas o camisa 9 foi para o jogo com os olhos de todos voltados para ele. Se estivesse bem, o OKC ganharia em termos técnicos, físicos e psicológicos (imagine o que os outros jogadores pensam quando olham um companheiro se doando por inteiro para atuar). Brooks literalmente pagou pra ver.
Na bola ao alto, Serge Ibaka perdeu de Tim Duncan. Posse do Spurs, que arremessou e errou. Quem pegou o rebote defensivo? Ibaka. No primeiro ataque do Thunder, Russell Westbrook chamou o bloqueio do congolês, passou e Ibaka matou de média distância. Algumas jogadas depois, toco do congolês em Splitter. Segundos depois, outros dois chutes de média distância convertidos. O cenário estava pronto. Era o que o Oklahoma precisava – e o que o San Antonio temia.
Os números de Ibaka, que jogou 30 minutos, falam alguma coisa sobre sua atuação: 15 pontos, 7 rebotes e 4 tocos. Já seria uma estatística excelente. Mas os números do OKC com ele em quadra falam mais do que isso. Há uma semana escrevi aqui o seguinte sobre seu desfalque: "É uma ausência terrível, não só pelo que ele representa para seu time mas também pelo estrago que poderia causar ofensiva e defensiva contra Tony Parker (nas investidas), Tiago Splitter, Boris Diaw e Tim Duncan. Para se ter uma ideia, nos quatro jogos de temporada regular (todos vencidos pelo Oklahoma), Ibaka registrou 14 pontos de média, +29 no +/- e duplo-duplo em três deles (no único que não o fez, teve nove rebotes…)".
E como Ibaka conseguiu isso tudo? É simples (de explicar, não de fazer, claro). Como é rápido e com um potencial físico absurdo (parece um albatroz), ele consegue contestar as investidas de Parker ou de quem estiver com a bola perto da cesta e ainda ter forças para voltar e fazer a sua marcação (ou rotação) no ala-pivô/pivô que ele deve marcar.
Ontem ele foi caçar o francês antes de o bloqueio de Splitter ser chamado, fazendo com que as ações começassem como o OKC queria, e não como o Spurs gosta (com o armador gerando desequilíbrio defensivo na marcação rival para que o jogo de passes flua como sempre). Não deixa de ser notável que foi Boris Diaw (6) e não Parker (4) o melhor assistente do time neste domingo. Não deixa de ser incrível notar que Parker, um cracaço de bola, não sabia bem o que fazer com a bola.
Acham que foi coincidência? Nos 12 últimos confrontos com o congolês em quadra os Spurs tiveram, em média, 40,3 pontos no garrafão (exatamente o mesmo número de ontem). Com o ala-pivô em quadra nesta temporada, o saldo positivo do OKC contra o Spurs é de 29 pontos, permitindo apenas 93 pontos em 100 posses de bola. Sem ele, saldo negativo de 44 pontos e 122,6 pontos em 100 posses de bola.
A dúvida é saber como ele estará (fisicamente) para o jogo 4 desta terça-feira (22h de Brasília). Como seu corpo reagirá a tanto impacto, como houve na partida número 3? Além disso, é óbvio que Gregg Popovich fará ajustes para tentar diminuir o impacto do congolês (talvez começar as ações com outro atleta que não Parker seja uma alternativa). O fato, porém, é um só: com Serge Ibaka em quadra a série do Oeste passa a existir, passa a ser realmente um duelo disputado, praticamente igual.
Sobre o blog
Por aqui você verá a análise crítica sobre tudo o que acontece no basquete mundial (NBB, NBA, seleções, Euroliga e feminino), entrevistas, vídeos, bate-papo e muito mais.