Os méritos do Paulistano, finalista do NBB
Fábio Balassiano
24/05/2014 09h18
No dia 30 de outubro de 2010 o técnico Gustavo de Conti, então com 29 anos, dirigia o Paulistano pela primeira vez no NBB. Foi em Vila Velha, na vitória contra o time local por 63-60. Assistente-técnico por muito tempo no time de São Paulo, ele ganhou a sua primeira chance como treinador principal em um time jovem e que precisava ser lapidado. Betinho, o cestinha da companhia (15,1 pontos), era considerado à época uma das grandes revelações do basquete brasileiro, por exemplo.
O tempo passou, Gustavo continua com cara de garoto, mas seus resultados começam a aparecer (foi vice-campeão Paulista, perdendo a decisão passada para Bauru por 3-0). Sempre com elencos medianos (ou modestos, como queiram), ele conseguia extrair o máximo que tinha em mãos. Preocupava-me (e eu disse isso a ele uma vez) como seria para ele dar o próximo passo (ou seja, dirigir times fortes e levá-los longe). Nesta temporada veio seu grande teste.
E como o Paulistano respondeu? Com a segunda melhor campanha da temporada regular (23-9), com duas vitórias de 3-2 no playoff (Franca e São José), com a vaga na final e com o melhor basquete da competição. O mérito de Gustavo de Conti que eu citei lá em cima ("extrair o máximo de seu elenco") continua o mesmo, mesmíssimo. A diferença é que agora ele, eleito justamente o melhor técnico da temporada (na foto que abre este texto ele com o troféu), tem de fato um grupo melhor, com mais opções, mais possibilidades de troca.
O Paulistano tem a melhor defesa do NBB (não em pontos sofridos, mas em forma de "combate", agressividade), conceitos de jogo muito arejados (10 jogadores atuam por 10 ou mais minutos e 7 possuem 7 ou mais pontos de média, com Holloway anotando apenas 20% do total) e uma entrega impressionante. Como disse um amigo, "os caras têm uma fome assustadora". E foi demonstrado isso no campeonato inteiro.
Não sei se isso lhe fará ganhar a final no próximo sábado (seu time entra como o azarão, é um fato), mas em um NBB com tantas histórias incríveis (como foi a do Mogi semifinalista) a do Paulistano e seu elenco batalhador talvez seja a mais bonita delas. Uma história, tal qual a do Atlético de Madri, campeão espanhol de futebol mesmo com investimento muito menor em relação aos gigantes Real Madrid e Barcelona (as cores do time de Gustavo e do argentino Diego Simeone são iguais, hein!), que mostra que quando há trabalho sério, planejado e com um grande líder os resultados podem acontecer.
Abaixo todas as campanhas de Gustavo de Conti com o Paulistano:
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