Sobre o patrocínio da Sky ao basquete do Flamengo
Fábio Balassiano
14/05/2014 01h17
Vamos adiante. Vale ler, pois, aqui também: "O Flamengo anunciou o acerto com a Sky para patrocinar a equipe de basquete até o fim da atual edição do NBB. Os valores do acordo não foram divulgados. O detalhe é que a Sky é presidida por Luis Eduardo Baptista, vice-presidente de marketing do Rubro-Negro e que foi homem forte na campanha de Eduardo Bandeira de Mello à presidência do clube".
Antes de prosseguirmos com o (salutar) debate, coloco abaixo três significados do dicionário Michaelis (aqui os links para consulta caso queiram):
Em primeiro lugar (acho que é o mais importante): o patrocínio da Sky ao Flamengo NÃO é ilegal (LONGE disso). Em segundo lugar: Embora já tenha lido inúmeras declarações dele, não conheço pessoalmente a Luis Eduardo Baptista, o BAP (foto à esquerda), mas tenho enorme respeito e ótimas relações com Alexandre Póvoa, Vice-Presidente de Esportes Olímpicos, e Marcelo Vido, Diretor Executivo de Esportes Olímpicos do clube. Já escrevi MUITO bem deles (aqui e aqui as mais recentes) em algumas ocasiões (foram muitas, muitas mesmo nestes dois anos de gestão). Em terceiro lugar: clubismo aqui NUNCA existiu e nunca existirá. Torço pelo Fluminense no futebol, nunca escondi isso, mas no basquete consigo manter total isenção, podem ter certeza. Cansei de elogiar o Flamengo neste espaço e continuarei elogiando tantas vezes forem necessárias quando a agremiação fizer por merecer. Tanto é assim que em alguns momentos leitores acharam que eu era rubro-negro (o que, pelo amor de D's, está longe de ser verdade – bem longe). Acho, enfim, que posso continuar.
Noves fora o fluxo de informação que há entre as duas instâncias nesta situação (e em ambas as instâncias com a presença da mesma pessoa, diga-se), o que já é algo bem sério por si só, para mim é bastante assustador que alguém que desempenhe as duas funções coloque uma parte da verba de patrocínio da empresa que preside no clube que dirige (como VP de Marketing). Na minha cabeça (dura e ortodoxa, talvez) isso não pega bem e deve ser combatido sempre, independente dos personagens e dos momentos. Não há, em minha cabeça, situação aceitável para isso ocorrer.
Em todas as perguntas e respostas a figura de Bap está envolvida (TODAS), seja como presidente da Sky, seja como VP de Marketing do Flamengo. O que, de cara, configura um claro conflito (em minha opinião, reitero) ético e de interesses condenável. É importante dizer, desde já, que a negociação é excelente para as duas partes (isso, porém, não tem valor algum para a análise ética das coisas, que fique claro). Para a Sky é ótimo estampar seu nome na camisa do Flamengo. Para o Flamengo, ter grana para manter seu (caro) projeto de basquete, também. Não seria em nenhuma esfera condenável se uma mesma figura (poderosa em ambos os casos) não estivesse no meio disso tudo, beneficiando os dois lados em que é protagonista (a Sky e o Flamengo), obviamente.
Deste canto, não posso aprovar o que aconteceu e nem achar que é tudo normal, que é tudo "tranqüilo" porque para mim não é. O basquete é beneficiado, lógico (e o basquete de um clube que sofreu/sofre com problemas salariais imensos há anos), mas jamais utilizarei a máxima de que "o fim justificam os meios" (jamais mesmo) porque para mim as coisas não funcionam assim.
Para mim é algo bastante reprovável.
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