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A não entrevista com a CBB sobre o Balanço Financeiro de 2013

Fábio Balassiano

13/05/2014 01h15

Como faço todos os anos depois da análise do Balanço Financeiro da CBB (e você leu aqui, aqui e aqui a respeito do tema), endereço perguntas à Confederação Brasileira para esclarecimentos. Mas há dois anos ela não me responde.

Desta vez, para ser mais preciso, enviei e-mails nos dias 1/4, 3/4 e 6/4 perguntando em que veículo e quando seria divulgado o Balanço. Nada. Depois, já em posse do balanço, nos dias 6/5 (duas vezes) e 7/5 enviei as perguntas a respeito das finanças (sangrentas). Nenhuma resposta. Em TODOS os casos copiei o Ministério do Esporte, e mesmo assim a entidade preferiu ignorar. Pelo lado da Confederação, estavam copiados assessores, o presidente Carlos Nunes e a nova empresa de assessoria contratada, a InPress, uma das melhores do país mas que inicia os trabalhos rezando a cartilha de quem a contratou (que começo, hein…).

Fiz o meu papel enviando as dúvidas abaixo. Infelizmente não sou eu quem vai ficar sem as respostas. É quem gosta de basquete, é quem, como cidadão, acaba sustentando (mesmo sem querer e/ou sem ser consultado) uma entidade erguida cada vez mais com dinheiro público. Se o Ministério do Esporte, que está copiado em TODOS os e-mails e não toma providência alguma em relação a fazer com que as respostas cheguem ao destinatário (pois é OBRIGAÇÃO prestar contas de algo quando o dinheiro é PÚBLICO), convive bem com isso, também só posso lamentar. Abaixo minhas indagações:

1) Como a entidade fará para sanear as contas que hoje beiram os R$ 10 milhões em dívidas? Existe algum plano emergencial que está sendo planejado pelo Departamento Financeiro?

2) O único imóvel que a CBB possui atualmente é a sua sede. Tendo em vista as dívidas crescentes, existe risco de a Confederação perder sua sede?

3) Como é possível explicar um crescimento tão acentuado das despesas?

4) Como explicar o crescimento das dívidas? Que tipo de investimento está sendo feito na modalidade que explica tamanho rombo?

5) No Balanço Financeiro consta um Centro de Excelência de Basquetebol. O que seria isso? São Sebastião do Paraíso? É possível abrir as contas deste Centro para análise?

6) O Ministério do Esporte injetou R$ 14,8 milhões na Confederação em 2013, deixando o orçamento da entidade com quase R$ 30 milhões. Mesmo assim houve déficit no exercício. A entidade não teme pelo fim dos aportes do ME?

7) Para quem acompanha basquete, qual é a explicação para a CBB apresentar, pelo quinto ano consecutivo, déficit em suas contas anuais?

8) Como a entidade fará para pagar os R$ 1,9 milhão que deve ao INSS?

9) Há alguma explicação para a CBB pegar, cada vez mais, empréstimo junto aos bancos? O total é de 4,4 milhões de empréstimos empenhados. Destes, R$ 2,3 milhões vencem já no ano de 2014. Como a CBB fará para pagá-los?

10) Como estão as situações dos empréstimos com o Itaú, que processou a entidade, e com o Bradesco, que agora patrocina a CBB?

11) A Champion, ex-fornecedora de material esportivo, move um processo contra a CBB e pede R$ 4,1 milhões. Qual é a posição da CBB em relação a este assunto? Caso perca, como a entidade fará para quitar a dívida?

12) O processo vencido pela Sportlink junto à CBB. O valor de R$ 551 mil já foi pago a João Henrique Areias?

13) Em 2011 foi feita a compra, por parte da CBB, de um veículo cujo valor foi de R$ 40 mil. Qual o objetivo de se comprar um veículo? Quem o utiliza?

14) Por que no Balanço Financeiro da CBB ainda aparecem os convênios relativos ao Nacional Feminino de 2010? Qual o motivo?

15) O Balanço deste ano registra um aumento significativo com competições nacionais. Passou de R$ 5,2 (2012) para R$ 12,6 milhões (2013). Que competições são estas? Onde é possível ver a abertura destes gastos?

16) Como a CBB reage quando lê o que o Auditor diz no Balanço – "Há evidências de riscos na continuidade normal das atividades da entidade" (texto da NBC T11 – norma contábil que rege a auditoria no Brasil)? No caso da CBB, em 2013 houve o seguinte parágrafo de ênfase: "A entidade vem apresentando déficits sucessivos e, conseqüentemente, seu patrimônio líquido está negativo, passivo a descoberto (sinônimo de patrimônio líquido negativo). A administração da entidade deve planejar e/ou buscar alternativas de curto prazo para reverter esta situação".

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